A Assembleia Nacional da França derrubou, nesta segunda-feira (8), o governo do primeiro-ministro François Bayrou ao rejeitar o voto de confiança solicitado por ele. Foram 364 votos contrários e 194 favoráveis, resultado que obriga o chefe de governo a apresentar sua renúncia nove meses após assumir o cargo.
Bayrou levou a proposta de confiança ao plenário para tentar aprovar um pacote de economia de € 44 bilhões, que incluía o cancelamento de dois feriados nacionais e o congelamento de gastos públicos, medidas destinadas a conter o déficit das contas estatais.
Ele é o segundo primeiro-ministro indicado pelo presidente Emmanuel Macron a ser derrubado pela Câmara Baixa em menos de um ano. Em dezembro do ano passado, os deputados aprovaram moção de desconfiança que afastou Michel Barnier do mesmo posto.
Parlamento fragmentado
A composição atual da Assembleia Nacional impede que qualquer força política detenha maioria absoluta. Os blocos mais numerosos são a coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP), o partido de direita nacionalista Reagrupamento Nacional (RN) e o grupo aliado de Macron. Nesse cenário, qualquer novo nome indicado pelo Palácio do Eliseu pode enfrentar destino similar ao de Bayrou.
O RN já havia solicitado, em agosto, a convocação de eleições legislativas antecipadas e chegou a sugerir a renúncia do presidente. A última eleição antecipada ocorreu entre junho e julho de 2024 e resultou no atual impasse parlamentar.

Imagem: YOAN VALAT
Na estrutura política francesa, o presidente da República nomeia o primeiro-ministro, responsável por chefiar o governo. Sem base sólida, porém, o ocupante do cargo depende do aval permanente dos 577 deputados da Assembleia Nacional.
Até a nomeação de um substituto para François Bayrou, o governo francês permanece em condição interina, enquanto o Palácio do Eliseu avalia alternativas para superar o bloqueio legislativo.
Com informações de Gazeta do Povo