Genebra – Pessoas com deficiências intelectuais e transtornos psíquicos estariam sendo usadas em experimentos médicos e científicos na Coreia do Norte, segundo relatório divulgado nesta quarta-feira (3) pelo Comitê das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.
O documento afirma haver “informações confiáveis” sobre a prática, que pode configurar tortura e maus-tratos. O órgão recomendou ao governo de Pyongyang a proibição imediata de qualquer teste dessa natureza.
Outras violações relatadas
O comitê destaca que cidadãos com deficiência enfrentam diversos tratamentos degradantes no país. Entre eles, estão:
- confinamento por suposta desobediência ou baixa produtividade;
- recusa de assistência médica;
- violência física, punições corporais e contenção química por não cumprirem metas de trabalho forçado, inclusive em prisões;
- castigos aplicados a pessoas repatriadas após passarem algum período no exterior.
O relatório também menciona denúncias críveis de infanticídio de crianças com deficiência em instalações médicas, supostamente com autorização oficial. Há ainda registros de abortos e esterilizações forçadas de mulheres com deficiência, além de políticas consideradas eugênicas para evitar o nascimento de pessoas com deficiências.
Segregação e restrições sociais
De acordo com o texto, norte-coreanos com deficiência enfrentam barreiras para casar, adotar crianças e ocupar postos de trabalho comuns. Muitos são isolados em funções específicas “adaptadas” às limitações, o que reduz oportunidades de integração social.

Imagem: ALEXANDER KAZAKOV
A Coreia do Norte é signatária da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. O comitê da ONU cobrou que Pyongyang cumpra os compromissos previstos no tratado e encerre imediatamente as práticas relatadas.
Com informações de Gazeta do Povo