O governo da Rússia voltou a questionar nesta quinta-feira (21) se o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, teria autoridade legal para assinar um futuro acordo que ponha fim à guerra entre os dois países.
Em entrevista coletiva citada pela agência Reuters, o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, declarou que o chefe do Kremlin, Vladimir Putin, está disposto a se reunir “inclusive com o senhor Zelensky”, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informar na segunda-feira (18) que tenta promover um encontro entre os dois líderes.
Lavrov, no entanto, condicionou a reunião à preparação prévia de especialistas e ministros e à definição sobre quem representará oficialmente Kiev. “Quando chegar a hora de assinar acordos, a questão da legitimidade da pessoa que o fizer pelo lado ucraniano deverá estar resolvida”, afirmou.
Moscou alega que o mandato de Zelensky terminou em maio de 2024 e que, devido à lei marcial em vigor, a Ucrânia não realizou eleições presidenciais, o que colocaria em dúvida a permanência do líder no cargo.
Na segunda-feira, durante encontro com Trump na Casa Branca, Zelensky foi questionado por um repórter sobre a possibilidade de convocar eleições. O ucraniano respondeu que o pleito ocorreria “quando houver um cessar-fogo”. O presidente norte-americano reagiu com uma brincadeira: disse que, se os Estados Unidos estivessem em guerra no fim de seu mandato, também não realizariam eleições, o que lhe permitiria continuar no poder. Entre risos, Zelensky respondeu: “Você adoraria isso”.

Imagem: ALEXANDER ZLIANICHENKO
Em fevereiro, Trump já havia endossado as críticas russas, qualificando Zelensky como “um ditador sem eleições” e afirmando que ele “se recusa a convocar o pleito” e “está muito para baixo nas pesquisas ucranianas”.
Com informações de Gazeta do Povo