O estilista italiano Giorgio Armani, considerado um dos maiores nomes da moda contemporânea, morreu na quinta-feira (3) em Milão, aos 91 anos. A informação foi divulgada pelo grupo Armani nesta quinta-feira (4). O criador da marca homônima estava acompanhado pela família e pelo companheiro, Leo Dell’Orco, com quem viveu nos últimos 20 anos.
Em nota, a empresa descreveu Armani como “criador, fundador e motor incansável” da grife. “O senhor Armani faleceu tranquilamente, rodeado por seus entes queridos”, informou o comunicado. Mesmo perto dos 91 anos, o estilista continuava envolvido nas coleções e em novos projetos.
Problema de saúde recente
Algumas semanas antes de completar o aniversário, Armani foi hospitalizado por uma infecção pulmonar e concluiu a recuperação em casa, na Via Borgonuovo, em Milão. A doença o impediu de comparecer ao desfile masculino de alta-costura, em junho, ausência incomum para o estilista, conhecido pela dedicação constante aos ateliês.
Velório e funeral
De acordo com a família, o velório ocorrerá entre sábado (6) e domingo (7) no Armani Teatro, na capital da Lombardia. O funeral será privado, seguindo a vontade expressa pelo designer.
Empresa permanecerá sob fundação
Com receita anual de 2,3 bilhões de euros em 2024, o império que reúne moda, hotéis e restaurantes passará ao controle da Fundação Giorgio Armani. O estatuto, aprovado em 2016, determina que lucros não sejam distribuídos a acionistas; qualquer excedente deverá financiar atividades institucionais.
O conselho da fundação já conta com Pantaleo Dell’Orco (braço direito e companheiro de Armani), o sobrinho Luca Camerana e Irving Bellotti, diretor-executivo do banco Rothschild Itália. A companhia soma 8.700 funcionários, 650 lojas e patrimônio imobiliário em cidades como Milão, Nova York, Paris, Londres e Hong Kong. Analistas estimam o valor de mercado do grupo entre 6 e 7 bilhões de euros.
Trajetória de meio século
Armani fundou a empresa em 1975 ao lado do sócio Sergio Galeotti (falecido em 1985). A primeira coleção masculina, lançada para a primavera/verão de 1976, chamou atenção imediata do setor e consolidou o estilo minimalista e elegante que marcaria toda a carreira do designer.

Imagem: MASSIMO PERCOSSI
Nas décadas seguintes, a marca expandiu-se para segmentos como Armani Casa, Armani Beauty, Armani Ristorante e Armani Hotels, mantendo controle total dentro da holding e evitando vender participação a conglomerados ou fundos externos.
O último investimento conhecido do estilista foi a aquisição do balneário Capannina, em Forte dei Marmi, na Toscana, presente que ofereceu a colaboradores e a Dell’Orco pouco antes de morrer.
Combinando rigor formal, elegância atemporal e gestão cautelosa — a empresa encerrou 2024 com cerca de 600 milhões de euros em liquidez —, Giorgio Armani permaneceu como proprietário único da holding até o fim da vida.
Com informações de Gazeta do Povo