Residentes do vilarejo litorâneo de Zandvoort, na Holanda, passaram a registrar bloqueios fictícios no Google Maps para desencorajar a chegada de turistas aos finais de semana. A prática, coordenada por diversos moradores, faz o aplicativo redirecionar motoristas para rotas alternativas, já que o sistema interpreta os alertas como intervenções reais.
A ação, iniciada em meio à temporada de verão, tem como objetivo pressionar a prefeitura a adotar medidas contra o fluxo excessivo de visitantes e a escassez de vagas de estacionamento na localidade.
Reação do poder público
Segundo a administração municipal, os falsos avisos acabaram produzindo efeito contrário. Placas recomendando que motoristas “desativem o Google Maps” ao chegar à cidade foram instaladas nos acessos a Zandvoort, juntamente com novas sinalizações que indicam estacionamentos.
Um porta-voz da prefeitura informou que estão em andamento negociações com o Google para remover as notificações indevidas. O vereador Gert-Jan Bluijs declarou estar “muito irritado” com a manobra, alegando que o desvio de tráfego provoca mais congestionamentos em bairros vizinhos.
Pressão contra o turismo em outras cidades
Protestos semelhantes contra o turismo de massa ocorrem em vários destinos europeus. Em Barcelona, moradores já organizaram marchas e chegaram a expulsar visitantes de estabelecimentos com pistolas de água. A popularização de plataformas como Airbnb é apontada por residentes como fator que encarece aluguéis ao priorizar locações de curta temporada.

Imagem: Bruno Sznajderman via gazetadopovo.com.br
Governos locais de Nova York, Barcelona e Paris impuseram regras para limitar ofertas em sites de hospedagem e tentar conter o impacto na moradia. Para efeito de comparação, dados da Embratur mostram que o Brasil recebeu quase 6,7 milhões de turistas internacionais em 2024, enquanto apenas a cidade de Nova York registrou cerca de 13 milhões de visitantes estrangeiros no mesmo período.
Em Zandvoort, entretanto, moradores insistem que o excesso de turistas continua a sobrecarregar a infraestrutura local, motivo pelo qual pretendem manter a pressão sobre as autoridades.
Com informações de Gazeta do Povo