CIDADE DO MÉXICO, 28 de agosto de 2025 — A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, confirmou nesta quinta-feira (28) que não há intenção de negociar um tratado de livre comércio com o Brasil. A declaração foi feita horas antes do encontro, na capital do país, com a comitiva brasileira liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin.
“Não estamos pensando em um acordo de livre comércio, mas sim em colaboração e cooperação em certa medida”, afirmou Sheinbaum em entrevista coletiva. Após a reunião, os dois governos anunciaram a assinatura de memorandos de entendimento, sem incluir a abertura de negociações para um pacto de livre comércio.
Alckmin destacou que o objetivo é fortalecer os laços bilaterais. “Não queremos briga com ninguém. Queremos fortalecer os laços com o México e trabalharmos juntos. O comércio é uma via de mão dupla, um ganha-ganha, com empresas brasileiras comprando e vendendo em condições de competitividade”, declarou.
Prioridades econômicas
O secretário de Economia do México, Marcelo Ebrard, detalhou que os memorandos contemplam iniciativas para atualizar regras que limitam exportações mexicanas, especialmente na indústria automotiva, além de harmonizar critérios de origem. Também foi proposta a cooperação entre agências reguladoras em questões sanitárias e a troca de experiências na exploração de petróleo em águas profundas, área em que o Brasil acumula expertise.
Ebrard reiterou que não está em pauta um acordo nos moldes do firmado pelo México com Estados Unidos e Canadá. Segundo ele, a meta é modernizar um antigo acordo de complementaridade assinado há mais de 20 anos. “O que faremos é tentar atualizá-lo, porque foi assinado há mais de 20 anos, mas não estamos considerando um acordo de livre comércio neste momento”, disse.

Imagem: Bruno Sznajderman
Intercâmbio comercial
Brasil e México — as duas maiores economias da América Latina — movimentaram US$ 13,6 bilhões em comércio bilateral no ano passado. A balança foi favorável ao Brasil, que exportou US$ 7,8 bilhões para o mercado mexicano.
Além de Alckmin, a delegação brasileira contou com os ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Planejamento, Simone Tebet; a vice-ministra das Relações Exteriores, Maria Laura da Rocha; e executivos de estatais e empresas privadas.
Com informações de Gazeta do Povo