Caracas, 1º de setembro de 2025 – O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, declarou nesta segunda-feira (1º) que colocará o país em “estado de armas” caso sofra ataque externo, numa escalada de tensões com os Estados Unidos, que deslocaram navios ao Caribe.
“Se a Venezuela for atacada, entraremos imediatamente em um período de luta armada em defesa do território, da história e do povo. Declararemos constitucionalmente a república em armas”, disse Maduro em entrevista coletiva a veículos internacionais.
Estratégia defensiva
Segundo o líder chavista, a nação sul-americana mantém há duas décadas um plano estritamente defensivo que combina ações diplomáticas e, se necessário, uso de força. “Estamos em um período especial de preparação e, em qualquer circunstância, garantiremos o funcionamento do país”, afirmou.
Frota norte-americana
Maduro acusou Washington de posicionar oito navios de guerra equipados com 1,2 mil mísseis, além de um submarino nuclear, com objetivo de ameaçar a Venezuela. Ele classificou a movimentação como “extravagante, injustificável, imoral e absolutamente criminosa”.
A Casa Branca sustenta que a operação visa impedir o tráfico de drogas para território norte-americano.
Reação diplomática
Mais cedo, o chanceler venezuelano, Yván Gil Pinto, afirmou durante reunião de emergência virtual da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) que o argumento antidrogas apresentado pelos EUA é “uma desculpa” e chamou de “história totalmente falsa” a existência do chamado Cartel de los Soles.

Imagem: Rald Peña
Paralelo histórico
Maduro comparou o momento atual à crise de 1962, quando a União Soviética tentou instalar mísseis em Cuba, evento que colocou Moscou e Washington à beira de um confronto nuclear. Na semana passada (27), ele já havia acusado os EUA de violar o Tratado de Tlatelolco (1967), que proíbe armas nucleares na América Latina e no Caribe, devido ao envio do submarino nuclear.
Posição dos EUA
Em agosto, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, declarou que o governo norte-americano usará “todo o poder” para levar à Justiça responsáveis pelo tráfico de entorpecentes. Já em 7 de agosto, Washington dobrou para US$ 50 milhões a recompensa por informações que resultem na captura de Maduro.
Na ocasião, a procuradora-geral do governo Trump, Pam Bondi, vinculou Maduro a organizações criminosas como Tren de Aragua, Cartel de los Soles – do qual ele seria líder, segundo os EUA – e Cartel de Sinaloa, e o classificou como “um dos maiores traficantes de drogas do mundo”.
Com informações de Gazeta do Povo