Teerã — O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou neste domingo, 24 de agosto de 2025, que os Estados Unidos pretendem transformar o país persa em uma nação “submissa” às suas exigências. Durante cerimônia na capital iraniana, o dirigente descartou a possibilidade de negociações diretas com Washington e classificou os impasses entre os dois governos como “insolúveis”.
“O atual governante dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou seu verdadeiro objetivo: confrontar o Irã para obrigá-lo a obedecer”, declarou Khamenei, segundo a agência estatal IRNA. Ele frisou que o Irã, “com sua história, dignidade e grandeza”, não será subjugado e enfrentará “com toda a força” qualquer tentativa de imposição.
O aiatolá também rechaçou pedidos internos por negociações diretas voltadas a um acordo nuclear que poderia aliviar tensões e suspender sanções. “Quem sugere diálogo direto enxerga apenas a superfície. Diante do real objetivo hostil dos EUA, essas questões não têm solução”, disse.
Khamenei citou a guerra de 12 dias travada em junho contra Israel — conflito no qual os Estados Unidos bombardearam três instalações nucleares iranianas — como prova de que “não é possível dobrar a nação iraniana pela força”. Segundo ele, depois desse episódio, Washington tenta atingir o mesmo objetivo por meio de “divisões internas”, motivo pelo qual conclamou à manutenção da coesão nacional.
Nos últimos dias, a Frente de Reformas, coalizão de partidos reformistas, defendeu mudanças estruturais na política externa e a suspensão do enriquecimento de urânio em troca do fim das sanções que pressionam a economia. Antes da guerra, Teerã e Washington realizaram cinco rodadas de negociações nucleares indiretas, interrompidas após a ofensiva.

Imagem: Bruno Sznajderman
Como signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), o Irã insiste no direito de enriquecer urânio para fins pacíficos, enquanto os EUA condicionam a retirada de sanções à limitação desse programa.
Com informações de Gazeta do Povo