O governo da Jordânia anunciou nesta segunda-feira, 18 de agosto de 2025, que o serviço militar obrigatório voltará a vigorar no país a partir de 1º de fevereiro de 2026. A medida, extinta em 1991, foi divulgada pelo ministro da Comunicação e porta-voz oficial, Mohamed Momani, durante entrevista coletiva concedida ao lado do porta-voz das Forças Armadas, Mustafa Hiyari.
Segundo Momani, o Programa de Serviço Nacional terá duas etapas: uma operacional, de treinamento militar, e outra teórica. O primeiro ciclo contemplará 6 mil homens jordanianos nascidos em 2007 que completem 18 anos até 1º de janeiro de 2026. Três ciclos anuais, cada um com duração de três meses, serão realizados, e o governo prevê ampliar o efetivo para 10 mil recrutas “o mais rápido possível”.
Questionado sobre a motivação do retorno à conscrição, o ministro citou a “ameaça proveniente da extrema direita israelense”. De acordo com ele, ações que prejudicam a possibilidade de uma solução de dois Estados afetam a estabilidade regional, exigindo resposta “prudente e racional” de Amã.
O programa, destacou Momani, busca reforçar a identidade nacional, formar o caráter dos jovens e difundir valores militares, como dedicação e disciplina. A legislação prevê isenção para filhos únicos e pessoas com incapacidade médica.
O custo estimado para o Estado é de 20 milhões de dinares jordanianos (pouco mais de US$ 28 milhões). Os recursos serão classificados como despesa emergencial em 2025, mas passarão a integrar o orçamento geral nos anos seguintes. O porta-voz ressaltou que não há financiamento externo para a iniciativa.

Imagem: Bruno Sznajderman
O serviço militar foi abolido no início da década de 1990 em razão do alto custo. Na época, homens entre 18 e 40 anos eram obrigados a servir por dois anos. Atualmente, o reino conta com ajuda militar dos Estados Unidos e mantém um acordo de defesa com Washington, que mantém milhares de soldados americanos em território jordaniano.
Com informações de Gazeta do Povo