O governo de Israel confirmou nesta terça-feira, 9 de setembro de 2025, a realização de um ataque aéreo contra integrantes da direção política do Hamas em Doha, capital do Catar. A ofensiva, chamada oficialmente de “Cúpula de Fogo”, foi conduzida pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) em cooperação com o serviço de inteligência Shin Bet.
De acordo com comunicado militar, a ação foi planejada “com precisão” para minimizar danos colaterais e empregou armamentos guiados por informação de inteligência. Os alvos, segundo as FDI, “lideraram atividades terroristas durante anos” e estariam diretamente ligados ao massacre de 7 de outubro de 2023 e à condução da guerra contra o Estado de Israel.
Explosões no distrito de Katara
A emissora israelense Channel 12 relatou explosões visíveis no distrito de Katara, em Doha, e informou que, inicialmente, a operação havia sido apelidada de Atzeret HaDin (“Dia do Julgamento”). O nome, porém, não foi adotado oficialmente pelos militares.
Fontes de segurança citadas pela imprensa israelense indicaram que Khalid Meshal, veterano dirigente do Hamas e sobrevivente de uma tentativa de eliminação em 1997 na Jordânia, estava no local atacado.
Delegação negociadora seria alvo
A rede catariana Al Jazeera, citando um alto integrante do Hamas, afirmou que o bombardeio atingiu uma delegação do grupo reunida para discutir uma proposta de cessar-fogo apresentada pelos Estados Unidos para a Faixa de Gaza. Essa versão explicaria a presença de Meshal na reunião.
Sinal verde de Washington
Autoridades dos Estados Unidos ouvidas pelo Channel 12 disseram que o presidente Donald Trump autorizou a operação. Até o momento, a Casa Branca não se pronunciou publicamente.
Reações
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que se trata de “uma operação totalmente independente de Israel”. “Israel a iniciou, Israel a conduziu e Israel assume total responsabilidade”, afirmou.

Imagem: SHAWN THEW
Pelo lado catariano, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Majed Al Ansari, classificou o ataque como “ato covarde” e “violação flagrante” das leis internacionais. Segundo ele, o governo do Catar abriu investigação “no mais alto nível” e não tolerará o que chamou de “comportamento imprudente” de Israel.
Contexto do conflito
Desde o ataque terrorista de 7 de outubro de 2023, Israel concentra esforços em eliminar a estrutura militar do Hamas em Gaza; boa parte da cúpula armada já foi morta. A liderança política, contudo, permanece fora do enclave, principalmente no Catar, país que, junto com Egito e Estados Unidos, participa da mediação por um cessar-fogo.
O bombardeio em Doha ocorreu um dia após dois palestinos matarem passageiros dentro de um ônibus em Jerusalém — atentado reivindicado pelo Hamas.
Com informações de Gazeta do Povo