Varsóvia – A entrada de drones russos no espaço aéreo da Polônia na última quarta-feira (10) elevou a tensão no flanco leste da Otan e trouxe à tona dúvidas sobre a capacidade de defesa dos países europeus diante de um confronto direto com Moscou.
Reação imediata da Otan
A violação mobilizou a operação Air Policing Poland. Caças da Alemanha, Itália, Holanda e da própria Polônia foram acionados e derrubaram os equipamentos russos, marcando o primeiro abatimento de material militar de Moscou por um membro da aliança desde o início da guerra na Ucrânia, em 2022.
Polônia reforça contingente
Diante das sucessivas ameaças, o governo polonês já vinha ampliando investimentos em defesa. Em março, lançou um programa de treinamento obrigatório para todos os homens adultos e anunciou a meta de expandir o Exército para 500 mil militares, incluindo reservistas – mais que o dobro do efetivo atual de aproximadamente 200 mil.
Alemanha expande vigilância aérea
No mesmo dia da incursão, Berlim informou que dobrará de dois para quatro o número de caças Eurofighter destacados para patrulhar o espaço aéreo polonês. A missão, inicialmente prevista para terminar em 30 de setembro, foi prorrogada até 31 de dezembro de 2025.
Alerta do secretário-geral da Otan
Mark Rutte, secretário-geral da aliança, classificou o episódio como “não isolado” e disse que cada detalhe está sendo investigado. Ele defendeu maiores investimentos em defesa e ressaltou que os aliados “estão determinados a proteger cada centímetro” de seu território.
Varsóvia contesta versão russa
A Rússia atribuiu a incursão a um erro de navegação, explicação rejeitada pelo primeiro-ministro polonês, Donald Tusk. “Gostaríamos que fosse um engano, mas não foi, e sabemos disso”, escreveu o premiê na rede X.

Imagem: Isabella de Paula
Exercícios conjuntos de Rússia e Belarus
Nesta sexta-feira (12), Moscou e Minsk iniciaram manobras estratégicas em seus territórios e nas águas dos mares Báltico e de Barents. Como medida preventiva, a Polônia decidiu fechar suas fronteiras.
Preocupação com prontidão europeia
Analistas ouvidos pelo jornal The New York Times avaliam que ações como a violação na Polônia servem para testar as defesas da Otan e demonstrar poder. Ao mesmo tempo, apontam que boa parte da Europa ainda não se considera preparada para um conflito amplo, cenário que se agrava diante da perspectiva de menor apoio militar dos Estados Unidos.
Com informações de Gazeta do Povo