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EUA rotulam Cartel de Los Soles como organização terrorista e apontam Nicolás Maduro como líder

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No fim de julho, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, em conjunto com o Departamento de Justiça, incluiu o Cartel de Los Soles na lista de organizações terroristas globais especialmente designadas. Segundo Washington, o grupo opera a partir da Venezuela, é dirigido pelo presidente Nicolás Maduro e por altos integrantes do chavismo, e mantém alianças com o Tren de Aragua, também venezuelano, e com o cartel mexicano de Sinaloa.

“A medida evidencia a facilitação do narcoterrorismo pelo regime ilegítimo de Maduro por meio de grupos como o Cartel de Los Soles”, afirmou o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, ao anunciar as sanções.

Origem do nome

De acordo com a organização de pesquisa InSight Crime, a expressão “Los Soles” surgiu em 1993, quando dois generais da Guarda Nacional venezuelana foram investigados por narcotráfico. As insígnias em forma de sol nos uniformes desses oficiais inspiraram o apelido que, desde então, passou a identificar militares acusados de facilitar o transporte de drogas.

Estrutura e atividades

O Cartel de Los Soles não tem uma hierarquia rígida como cartéis colombianos ou mexicanos, mas funciona como uma rede de células distribuídas pelas principais forças armadas da Venezuela — Exército, Marinha, Aeronáutica e Guarda Nacional. Além do tráfico de drogas, integrantes se envolvem em mineração ilegal de ouro e outras atividades ilícitas, segundo a InSight Crime.

Expansão após o Plano Colômbia

O fortalecimento do cartel ocorreu nos anos 2000, após o lançamento do Plano Colômbia, iniciativa financiada pelos EUA que pressionou as guerrilhas colombianas FARC e ELN. Com o avanço militar sobre o território colombiano, esses grupos deslocaram parte de suas operações para a fronteira venezuelana, onde encontraram conivência de setores das Forças Armadas.

Nesse período, militares venezuelanos passaram de meros receptores de propina para controladores diretos de rotas de exportação, pistas clandestinas e aeroportos, aponta o InSight Crime.

Episódios que ligam autoridades ao cartel

• Em 2013, um voo da Air France partiu de Caracas transportando 1,3 tonelada de cocaína.
• Em 2015, Leamsy Salazar, ex-chefe de segurança de Hugo Chávez, acusou o atual presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, de liderar o Cartel de Los Soles.
• Em 2020, o Departamento de Justiça dos EUA denunciou Maduro e aliados por narcoterrorismo, alegando que eles utilizaram estruturas do Estado para enviar “toneladas” de cocaína aos Estados Unidos.

Centralização estatal

O ex-procurador venezuelano Zair Mundaray, exilado nos EUA, considera o cartel uma das “maiores perversidades” do chavismo. Ele sustenta que a ausência de guerras entre facções na Venezuela se deve ao controle exercido pelo próprio Estado: “Quem atua fora desse esquema é alcançado pela mão do Estado”, declarou.

Pressão internacional

Para Washington, o Cartel de Los Soles financia e sustenta politicamente o regime chavista, além de ser elo entre Caracas e o narcotráfico internacional que atinge o território norte-americano. Durante o governo Donald Trump, os EUA reforçaram a presença naval no Caribe e ofereceram recompensa de US$ 50 milhões por informações que levassem à captura de Maduro.

A ofensiva conta com o apoio de Argentina, Paraguai, Equador e Peru, que também classificaram o cartel como organização terrorista. Já o governo colombiano de Gustavo Petro nega a existência do grupo e afirma que as denúncias americanas têm motivação política.

As sanções impostas pelos Estados Unidos permanecem em vigor e ampliam o bloqueio a bens e transações vinculados ao Cartel de Los Soles, enquanto o governo norte-americano reforça esforços para desarticular o suposto esquema comandado por Caracas.

Com informações de Gazeta do Povo

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