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Estados Unidos extinguem isenção para encomendas de até US$ 800 e passam a cobrar novos impostos sobre pequenos pacotes

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Os Estados Unidos encerraram, na sexta-feira, 29 de agosto, a isenção tarifária que havia permitido, por quase um século, a entrada sem impostos de remessas avaliadas em até US$ 800. A mudança, oficializada por ordem executiva assinada em julho pelo presidente Donald Trump, estabelece a cobrança de tributos sobre todos os pacotes de baixo valor que chegam ao país.

Como funcionará a nova tarifação

A partir da data de vigência, as encomendas estão sujeitas a dois modelos de cobrança:

• Alíquotas entre 10% e 50%, conforme a tarifa já atribuída pelos Estados Unidos ao país de origem do produto;

• Sistema provisório de seis meses, que aplica valores fixos segundo a política tarifária do país remetente: US$ 80 para nações com impostos inferiores a 16%; US$ 160 para aquelas que taxam entre 16% e 25%; e US$ 200 para países com tarifas superiores a 25%.

Impacto no fluxo postal internacional

A União Postal Universal (UPU) informou que operadores de 25 países — entre eles Japão, México, Espanha e Nova Zelândia — suspenderam temporariamente o envio de encomendas aos Estados Unidos, citando incertezas sobre o novo regime aduaneiro.

Efeitos no comércio eletrônico

Grandes plataformas de vendas on-line, como Alibaba, Temu, Shein, Amazon e Rakuten, preveem perdas significativas com a queda nos pedidos e possíveis atrasos nas entregas. Especialistas estimam que os custos logísticos possam subir de 1.000% a 10.000%, afetando sobretudo pequenos e médios vendedores, que tendem a repassar a despesa extra aos consumidores.

Exceções mantidas

Cartas, documentos e presentes avaliados em menos de US$ 100 continuam isentos. Mesmo assim, analistas alertam que a fiscalização aduaneira adicional pode comprometer a pontualidade das entregas.

Justificativa do governo

A Casa Branca declarou que a medida busca conter a entrada de produtos de baixo custo não tributados, ampliar o combate a fraudes e ao contrabando — incluindo o tráfico de fentanil — e equilibrar a concorrência com a produção interna. A decisão segue movimento semelhante ao do Brasil, que em 2023 passou a tributar encomendas de valor inferior a US$ 50.

Volume de pacotes disparou

Dados oficiais apontam que as compras de baixo valor enviadas ao mercado norte-americano saltaram de 134 milhões, em 2015, para 1,36 bilhão em 2024. Mesmo após tarifas anteriores aplicadas a produtos chineses, a alfândega dos EUA ainda processa mais de 4 milhões de encomendas por dia.

As novas regras permanecem em vigor enquanto o setor logístico se adapta às mudanças e enquanto governos estrangeiros avaliam retomar o serviço postal para território norte-americano.

Com informações de Gazeta do Povo

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