Brasília – O programa “Última Análise”, exibido nesta terça-feira (19), discutiu o deslocamento de forças navais dos Estados Unidos para o Mar do Caribe com o objetivo de localizar o presidente venezuelano Nicolás Maduro, acusado por Washington de comandar um esquema internacional de narcotráfico.
Em comunicado, uma porta-voz da Casa Branca afirmou que o governo norte-americano está disposto a usar “todo o poder” contra o líder chavista. A recompensa oferecida por informações que levem à captura de Maduro chega a US$ 50 milhões, e ele já é tratado oficialmente pelos EUA como foragido do narcotráfico.
Movimentação militar
O vereador Guilherme Kilter, convidado do programa, afirmou que o envio inclui cerca de 4 000 militares, aeronaves de espionagem e até um submarino de ataque. “Trump quer combater o narcotráfico, e não apenas na Venezuela”, declarou.
Na véspera, segunda-feira (18), Maduro reagiu anunciando a mobilização de 4,5 milhões de milicianos chavistas em todo o país. O pronunciamento ocorreu poucos dias depois de Washington associá-lo ao chamado “Cartel de los Soles”.
Impacto na política brasileira
No debate, chamou atenção a postura do presidente Lula, que até o momento evita chamar Maduro de ditador e não comentou a escalada do conflito. Segundo Kilter, a proximidade entre ambos remonta à participação de Lula e Maduro no Foro de São Paulo.
A cientista política Júlia Lucy avaliou que o risco de “venezuelização” continua presente no Brasil. “Todos os elementos da Venezuela já estão aqui: perseguição, prisão, tortura e morte de opositores”, afirmou.
Imagem: André Corrêa
Para o jurista André Marsiglia, a relação de Brasília com governos autoritários extrapola afinidade ideológica. “Não podemos aceitar que seja moral ser amigo de ditaduras”, disse.
Programação
“Última Análise” vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 19h às 20h30, no canal da Gazeta do Povo no YouTube, com a proposta de debater temas políticos de forma aprofundada e respeitosa.
Com informações de Gazeta do Povo
