O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder russo, Vladimir Putin, voltam a se encontrar nesta sexta-feira, 15 de agosto de 2025, em Anchorage, no Alasca. O objetivo da conversa é buscar caminhos para encerrar a guerra na Ucrânia. Às vésperas da nova cúpula, relembre os encontros mais marcantes entre Putin e os últimos quatro ocupantes da Casa Branca.
George W. Bush
A primeira reunião ocorreu em junho de 2001, na Eslovênia. Na ocasião, Bush declarou ter “olhado nos olhos” de Putin e julgado o colega “sincero e digno de confiança”, dizendo ter percebido “a alma” do presidente russo. Putin classificou o diálogo como “interessante e positivo”.
Em maio de 2002, os dois assinaram em Moscou um tratado que reduziu significativamente os arsenais nucleares de ambos os países. Entre 2001 e 2008, Putin visitou os Estados Unidos diversas vezes, inclusive o rancho de Bush no Texas e a casa da família do republicano em Kennebunkport, Maine.
A parceria começou a esfriar depois de 2003, quando Moscou se opôs à invasão norte-americana do Iraque. Em agosto de 2008, durante os Jogos Olímpicos de Pequim, Bush cobrou Putin sobre os ataques russos contra a Geórgia, num encontro descrito como tenso.
Barack Obama
Em julho de 2009, com Putin exercendo o cargo de primeiro-ministro, Obama se reuniu com ele e com o então presidente Dmitry Medvedev em Moscou. O democrata afirmou buscar um diálogo com “todo o governo russo” para ampliar a cooperação bilateral.
Após o retorno de Putin ao Kremlin, em 2012, Washington cancelou uma cúpula prevista para 2013, citando a concessão de asilo a Edward Snowden e a falta de avanços em temas comuns. As tensões se acentuaram em 2014, quando a Rússia anexou a Crimeia e passou a apoiar o presidente sírio Bashar al-Assad. O último encontro entre Putin e Obama ocorreu na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, em setembro de 2015.
Donald Trump (primeiro mandato)
Trump e Putin estrearam o contato pessoal em julho de 2017, durante a reunião do G20 em Hamburgo, Alemanha. O ponto alto veio em 16 de julho de 2018, em Helsinque, Finlândia, num encontro de cerca de duas horas a portas fechadas. Na coletiva posterior, Trump deu peso às negativas de Putin sobre interferência russa na eleição norte-americana de 2016, comentário que gerou forte reação em Washington; no dia seguinte, o republicano afirmou ter se expressado mal.
Putin, por sua vez, chamou de “absurdas” as conclusões das agências de inteligência dos EUA sobre ingerência eleitoral e disse ter preferido a vitória de Trump por esperar a normalização das relações. Ainda em 2018, Trump cancelou uma reunião prevista para o G20 em Buenos Aires, após a Rússia reter navios e marinheiros ucranianos perto da Crimeia.

Imagem: Bruno Sznajderman
Neste segundo mandato, documentos desclassificados pela diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, reacenderam o debate ao apontar suposta conspiração de integrantes da gestão Obama na eleição de 2016 — alegação que o ex-presidente chamou de “bizarra” e “ultrajante”.
Joe Biden
O democrata encontrou Putin apenas uma vez, em 16 de junho de 2021, na Villa La Grange, em Genebra. A Casa Branca buscava reduzir a escalada militar russa em torno da Ucrânia. Biden descreveu a conversa como “positiva” e disse ter alcançado seus objetivos. Putin considerou o diálogo “construtivo”, mas afirmou que as operações russas na Ucrânia não diziam respeito aos Estados Unidos.
Menos de um ano depois, em fevereiro de 2022, Moscou iniciou a invasão em larga escala do território ucraniano, conflito que segue sem solução definitiva.
Com o novo encontro agendado para Anchorage, Trump e Putin retomarão um histórico de duas décadas de diálogos marcados por avanços pontuais, reveses diplomáticos e crescente rivalidade em temas de segurança internacional.
Com informações de Gazeta do Povo