A Disney confirmou em maio que abrirá a Disneylândia Abu Dhabi no início da década de 2030. O complexo será instalado na Ilha de Yas e, segundo a empresa, deverá ser o parque mais avançado tecnologicamente já construído pelo grupo.
Os Emirados Árabes Unidos (EAU) já contam com atrações de grande porte, como Ferrari World, Warner Bros. World, Yas Waterworld e SeaWorld Yas Island Abu Dhabi. A nova parceria com a Disney pretende consolidar o país como polo mundial de entretenimento.
“Não se trata apenas de erguer mais um parque, mas de posicionar Abu Dhabi como destino global onde cultura, entretenimento e luxo se encontram”, declarou Saleh Mohamed al-Geziry, diretor-geral de turismo de Abu Dhabi, à CNN.
O diretor-executivo da Disney, Bob Iger, afirmou que o projeto será “autenticamente Disney e distintamente emiradense”.
Soft power e diversificação econômica
A expansão do setor de parques integra a estratégia de soft power dos EAU, que também investem pesadamente em futebol internacional, como no Manchester City. Para o pesquisador Amit Yarom, do Atlantic Council, a construção de infraestrutura cultural ajuda a diversificar a economia diante da perspectiva de queda nas receitas do petróleo.
Críticas de organizações de direitos humanos
Ao mesmo tempo, grupos de defesa dos direitos humanos acusam o governo emiradense de usar o entretenimento para desviar a atenção de violações. No relatório de 2025 da Freedom House, o país recebeu apenas 18 de 100 pontos em direitos políticos e liberdades civis.

Imagem: Mónica Rubalcava
Entre os casos citados estão o julgamento coletivo de 84 pessoas em 2024: 43 receberam prisão perpétua e outras dez, penas de dez a 15 anos, sob acusação de integrar organização terrorista. Entidades internacionais classificaram o processo como tentativa de silenciar ativistas e dissidentes.
O documento também menciona a condenação de 57 cidadãos de Bangladesh, em 2024, a penas de dez anos a prisão perpétua por participação em protesto não autorizado em Abu Dhabi. Todos foram posteriormente perdoados e deportados em setembro do mesmo ano.
Críticos afirmam que essas decisões judiciais, somadas a relatos de condições abusivas de detenção, entram em contraste com a imagem de modernidade e segurança que o país tenta projetar com novos parques temáticos.
Com informações de Gazeta do Povo