Buenos Aires – A província de Buenos Aires, a mais populosa da Argentina, realiza neste domingo, 7 de setembro, uma eleição legislativa considerada decisiva na disputa de poder entre o presidente Javier Milei e o peronismo.
O que está em jogo
Cerca de 14,3 milhões de eleitores deverão escolher 46 deputados e 23 senadores provinciais – metade das cadeiras das duas casas – além dos integrantes dos conselhos deliberativos dos 135 municípios. A região concentra 38,6 % da população argentina e responde por um terço do PIB nacional.
Calendário separado
A votação ocorre de forma descolada das legislativas nacionais marcadas para 26 de outubro. A decisão de antecipar o pleito partiu do governador Axel Kicillof, do peronista União pela Pátria, que administra a província desde o fim de 2019.
Campanha polarizada
Milei transformou a eleição num confronto direto com o peronismo, prometendo “aniquilar” politicamente o adversário. Do outro lado, Kicillof, a ex-presidente Cristina Kirchner e o ex-ministro Sergio Massa unificaram as principais correntes peronistas e pedem votos para barrar o ajuste fiscal do governo federal.
Pesquisas indicam leve vantagem da frente peronista Força Pátria, mas apontam avanço da coligação A Liberdade Avança (LLA), legenda ultraliberal que sustenta o presidente. O cenário inclui alta proporção de indecisos e possível abstenção, apesar do voto obrigatório.
Milei em campanha
Fundada há quatro anos, a LLA montou estrutura na província sob coordenação de Karina Milei, irmã do presidente, e firmou aliança com o partido conservador PRO, do ex-presidente Mauricio Macri.

Imagem: Agência EFE
Milei, nascido na capital argentina – distrito autônomo separado da província –, percorreu redutos peronistas em atos marcados por tensão. Há uma semana, precisou ser retirado após ser atingido por pedras em Lomas de Zamora. O comício final ocorreu na quarta-feira em Moreno, também rodeado por confrontos entre simpatizantes e moradores.
Clima de enfrentamento
Na reta final, o governo vetou projetos de lei favoráveis a aposentados e pessoas com deficiência, sofreu derrotas no Congresso e enfrentou denúncia de corrupção na Agência Nacional de Deficiência que atinge Karina Milei. O presidente culpou a oposição por “operações imundas” e insinuou risco de fraude na votação.
O resultado deste domingo deve indicar o peso de cada força política para as eleições nacionais de outubro e definir a correlação interna de poder na província mais influente do país.
Com informações de Gazeta do Povo