A China classificou como “violação da soberania” o deslocamento de três contratorpedeiros norte-americanos para o Caribe, próximo à Venezuela. A declaração foi feita nesta quinta-feira, 21 de agosto de 2025, pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Mao Ning, durante coletiva de imprensa em Pequim.
“O uso ou a ameaça de força contraria os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas”, afirmou Mao. Segundo ela, Pequim se opõe a qualquer ingerência externa nos assuntos internos venezuelanos e pediu que Washington adote medidas que fortaleçam a paz e a segurança na América Latina e no Caribe.
Navios enviados pelos EUA
Os Estados Unidos despacharam para as águas caribenhas os destróieres USS Sampson, USS Jason Dunham e USS Gravely, todos da classe Arleigh Burke, considerada a espinha dorsal da frota de superfície da Marinha norte-americana.
Pressão sobre Maduro
Na terça-feira, 19 de agosto, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que o país está “preparado para usar todo o poder americano” a fim de levar à Justiça os responsáveis por tráfico de drogas para os Estados Unidos, dirigindo o recado diretamente ao líder venezuelano Nicolás Maduro.
Leavitt reiterou que o governo Trump não reconhece Maduro como presidente legítimo e o classifica como chefe de um “cartel do narcoterrorismo” indiciado em tribunais dos EUA.
Recompensa e resposta de Caracas
No dia 7 de agosto, Washington dobrou a recompensa por informações que levem à prisão e condenação de Maduro, elevando o valor para US$ 50 milhões.
Imagem: ANDRES MARTINEZ CASARES
Em reação à pressão norte-americana, o líder chavista determinou em 18 de agosto a mobilização de 4,5 milhões de membros da Milícia Bolivariana, medida que ele descreveu como parte de um “plano de paz”.
Com o envio dos navios e as declarações cruzadas, aumentam as tensões diplomáticas entre Washington, Caracas e Pequim.
Com informações de Gazeta do Povo
