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Cartéis mexicanos recorrem a drones, minas e lança-foguetes em confrontos próximos aos EUA

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Grupos criminosos que atuam no México vêm empregando armamento pesado e táticas de guerra para disputar território a poucos quilômetros da fronteira com os Estados Unidos. Reportagem do The New York Times, publicada em 1º de setembro de 2025, aponta que cartéis utilizam drones adaptados, minas terrestres, granadas propelidas por foguete e veículos blindados artesanais contra rivais e forças de segurança.

A escalada é mais visível no estado de Michoacán, onde moradores relatam bombardeios aéreos e explosivos escondidos em estradas e lavouras. Autoridades mexicanas calculam que cerca de 500 mil armas de fogo cruzem anualmente a fronteira norte em direção ao país, abastecendo as organizações criminosas.

Além de adquirir armamento nos EUA, os cartéis produzem bombas improvisadas com canos, garrafas plásticas e extintores. Drones comprados pela internet são adaptados para lançar projéteis ou substâncias químicas tóxicas.

Transformação em forças paramilitares

Pressionados por operações do governo mexicano e por exigências de segurança feitas pelos Estados Unidos, os cartéis evoluíram para estruturas semelhantes a unidades militares, segundo o jornal norte-americano. Essas facções não apenas enfrentam o Estado, mas travam guerras sangrentas entre si por rotas estratégicas.

Em Michoacán, a disputa envolve os Cavaleiros Templários, La Familia Michoacana e, principalmente, o Cartel Jalisco Nova Geração (CJNG), considerado o mais bem armado do país. O aumento do poder de fogo já resultou na derrubada de helicópteros militares com lança-foguetes e em centenas de explosões de minas em vias usadas por civis. Nos últimos dois anos, pelo menos 2 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas na região.

Ameaça aos Estados Unidos

Em fevereiro, cerca de um mês depois de o então presidente Donald Trump classificar vários cartéis como organizações terroristas — entre eles o CJNG —, documentos internos do setor de El Paso, no Texas, indicaram que líderes criminosos autorizaram o uso de drones kamikaze carregados com explosivos contra agentes da Patrulha de Fronteira dos EUA. O episódio reforçou a avaliação de que essas organizações dispõem de armamento comparável ao de forças estatais e planejam empregar táticas de guerra assimétrica em território norte-americano.

As autoridades mexicanas e norte-americanas não informaram publicamente novas medidas conjuntas para conter o avanço do arsenal dos cartéis.

Com informações de Gazeta do Povo

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