Profissionais que trabalham por conta própria precisam estruturar um plano de longo prazo para assegurar renda na velhice. Planejadores financeiros ouvidos apontam que a combinação entre contribuições ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e investimentos em previdência privada é a estratégia mais indicada para quem não tem vínculo empregatício.
Contribuição ao INSS
O economista Fabio Giambiagi, pesquisador associado do FGV/Ibre, recomenda que o autônomo pague a Previdência Social com base em um pró-labore próximo ao valor que pretende receber na aposentadoria. Segundo ele, essa é a única forma de garantir renda vitalícia, já que o benefício público é pago enquanto o segurado viver.
Muitos empreendedores optam por recolher apenas sobre um salário mínimo para ter acesso a coberturas como auxílio-doença, salário-maternidade e pensão por morte. No entanto, o benefício futuro ficará restrito a esse piso, alerta Giambiagi.
Poupança complementar
Para elevar o padrão de renda, especialistas sugerem investir em planos privados. Jeff Patzlaff, planejador financeiro, defende que o aporte comece “o mais cedo possível”, mesmo que seja com 5% da renda mensal. “O tempo é o maior aliado do investidor porque os juros compostos trabalham a favor”, afirma.
Patzlaff aponta duas modalidades indicadas:
- PGBL: permite deduzir até 12% da renda tributável na declaração completa de Imposto de Renda, mas o IR incide sobre o valor total resgatado;
- VGBL: não oferece dedução, porém o imposto é cobrado apenas sobre o ganho de capital.
Outras alternativas sugeridas para diversificação incluem CDBs, Tesouro Selic, Tesouro IPCA+ e Tesouro Renda+, títulos que combinam correção pela inflação com taxa fixa. “Nada impede ter várias estratégias: por exemplo, 70% em renda fixa, 20% em renda variável e 10% em criptomoedas”, diz Josias Bento, sócio da GT Capital.

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Quanto antes, melhor
Simulações feitas por Patzlaff com CDI a 14,9% ao ano, Selic a 15% e IPCA de 5,23% mostram quanto um investidor precisaria aplicar para garantir renda perpétua de R$ 5.000 se começasse aos 25, 30, 35, 40 ou 45 anos. Os resultados variam conforme idade e valor inicial, mas o planejador ressalta que taxas de juros e inflação podem mudar ao longo do tempo.
Para Bento, a melhor prática é dividir a contribuição: recolher ao INSS sobre o valor que caiba no orçamento e investir a diferença em previdência privada. “Assim, o profissional constrói patrimônio e ainda aproveita os juros compostos”, conclui.
Com informações de InfoMoney