O mel produzido no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, recebeu a Indicação Geográfica (IG) na categoria Indicação de Procedência (IP), concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O registro torna o produto a 141ª IG brasileira e o sétimo selo destinado a méis no país.
A certificação reconhece a qualidade e a identidade do mel extraído em 35 municípios da região. Segundo Hulda Giesbrecht, coordenadora de Tecnologias Portadoras de Futuro do Sebrae, a conquista é resultado de um esforço coletivo que atravessa gerações e valoriza o turismo de experiência, ao garantir ao visitante a origem certificada do produto.
Décadas de tradição
A história da apicultura no Vale do Paraíba começou no início do século XX com monges trapistas. Desde então, práticas tradicionais e pesquisas científicas caminham juntas, formando uma cadeia produtiva sustentável.
O reconhecimento do Arranjo Produtivo Local (APL) do mel, em 2013, impulsionou o setor. Em 2017, a produção regional chegou a 31 toneladas, envolvendo mais de 300 apicultores. A maioria dos apiários possui menos de 20 colmeias, característica que garante perfil artesanal e reforça o cuidado ambiental.
A Associação Socioeducativa de Pequenos Produtores Rurais de Redenção da Serra atua como representante legal da IG, responsável pela governança e pela defesa dos interesses dos produtores.

Imagem: Brunna Pires
Brasil acumula sete IGs para mel
Com a entrada do Vale do Paraíba, o Brasil soma sete Indicações Geográficas dedicadas a méis:
- Mel do Pantanal (IP, 2015)
- Mel de Ortigueira (IP, 2015)
- Mel do Oeste do Paraná (IP, 2017)
- Mel do Planalto Sul Brasileiro (DO, 2021)
- Mel do Norte de Minas (DO, 2022)
- Mel de Aroeira dos Inhamuns (IP, 2023)
- Mel do Vale do Paraíba (IP, 2023)
O selo do INPI agrega valor comercial, estimula pesquisas, movimenta serviços técnicos na região e reforça a preservação da biodiversidade local.
Com informações de Agência Sebrae de Notícias