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Indústria reage a projeto que reduz incentivos fiscais em 10%

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O Projeto de Lei Complementar (PLP) 182/2025, protocolado na Câmara dos Deputados na última sexta-feira (29) pelo líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), prevê um corte de 10% em incentivos fiscais considerados infraconstitucionais. A proposta gerou imediata reação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que alerta para aumento de custos e perda de competitividade do setor produtivo.

Principais pontos da proposta

O texto atinge benefícios ligados a diferentes tributos:

  • PIS/Pasep e PIS-Importação
  • Cofins e Cofins-Importação
  • IRPJ e CSLL
  • Contribuição previdenciária patronal, incluindo a CPRB
  • Imposto de Importação
  • IPI

A mudança tende a afetar regimes que hoje aliviam a carga fiscal das empresas, como lucro presumido, REIQ (indústria química), desoneração da folha de pagamento e créditos presumidos de IPI e PIS/Cofins.

Preocupações do setor

Para o presidente da CNI, Ricardo Alban, o corte agrava o cenário de uma indústria que já enfrenta:

  • alta do IOF;
  • tarifaço dos Estados Unidos sobre exportações brasileiras;
  • taxa básica de juros mantida em 15% ao ano.

Alban afirma que, caso todos os incentivos sejam reduzidos, “o Brasil, que já possui uma das cargas tributárias mais elevadas e complexas do mundo, enfrentará um cenário ainda mais desafiador”. Segundo ele, o custo extra deve ser repassado aos preços finais, impactando consumidores e ampliando pressões inflacionárias.

Efeitos econômicos previstos

A entidade aponta possíveis consequências em cadeia:

  • perda de competitividade frente a importados;
  • retração da produção;
  • redução de vagas de trabalho;
  • queda do consumo interno;
  • desaceleração do crescimento econômico.

Impacto social

A CNI avalia que a população de menor renda pode ser a mais prejudicada, já que parte dos incentivos incide sobre bens e serviços essenciais, como medicamentos, transporte público e produtos básicos. O aumento de preços, observa a confederação, tende a comprometer a renda das famílias mais vulneráveis.

Defesa de pacto mais amplo

Na visão da indústria, a redução de benefícios só faria sentido se integrada a um acordo que inclua revisão de gastos públicos e busca de eficiência nos três Poderes. “O foco deve ser corrigir distorções fiscais, melhorar a fiscalização e ampliar a base tributária, não eliminar incentivos cruciais para a competitividade”, conclui Alban.

Com informações de InfoMoney

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