O Palácio do Planalto recebeu, na quarta-feira (13), os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para a assinatura da Medida Provisória (MP) que cria um pacote de R$ 30 bilhões em créditos destinados a empresas impactadas pelo tarifaço anunciado pelo governo do presidente norte-americano Donald Trump. A presença das duas lideranças legislativas foi interpretada pelo Executivo como sinal de que a proposta deverá avançar com celeridade no Congresso Nacional.
Durante o evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu urgência na votação da MP a fim de dar suporte imediato aos exportadores brasileiros. Apesar do ambiente político marcado por disputas entre base governista e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, parlamentares próximos ao Planalto avaliam que a pauta tem potencial para unir diversas correntes em torno do socorro aos setores atingidos pela nova taxação americana.
Base defende aprovação
O deputado Duarte Jr (PSB-MA) declarou que “os brasileiros não podem mais ser prejudicados por essa briga de direita contra esquerda” e classificou a medida como essencial para “proteger trabalhadores e valorizar quem produz no país”. Já o líder do PDT na Câmara, Mario Heringer (MG), afirmou que quem se posicionar contra a MP “terá de sustentar um discurso impossível”, pois estaria se contrapondo a empregadores e empregados simultaneamente.
Oposição critica pacote
Em nota, o líder da oposição na Câmara, Luciano Zucco (PL-RS), classificou a iniciativa como “paliativa, eleitoreira e incapaz de resolver o problema real”. Segundo o parlamentar, o governo deveria pôr fim a atritos com os Estados Unidos e buscar negociação direta entre os presidentes dos dois países.
O deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) também se manifestou, dizendo que o partido continuará a obstruir votações enquanto “houver injustiças e desnível entre os poderes”. Para ele, a responsabilidade pelo tarifaço recai sobre Lula, e o Brasil “não quer orientação da China nem da Rússia, mas sim democracia”.

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Com a MP já protocolada, caberá agora a Câmara dos Deputados e ao Senado deliberarem sobre o texto em um prazo de até 120 dias. Se não for votada nesse período, a medida perde validade.
Com informações de InfoMoney