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Falta de crédito trava expansão de negócios liderados por mulheres no Brasil

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Mais de 10 milhões de mulheres estão à frente de pequenos empreendimentos no País, mas esbarram na dificuldade de obter financiamento. O dado é da Rede Mulher Empreendedora, cuja presidente, Ana Fontes, afirma que o sistema financeiro ainda não compreende a realidade desses negócios e impõe barreiras maiores às mulheres — sobretudo às negras.

Acesso restrito ao crédito

Segundo a entidade, mesmo com histórico de boa adimplência, empreendedoras recebem mais negativas que homens ao solicitar empréstimos. A situação se agrava entre mulheres negras, para quem a chance de recusa é mais que o dobro.

Casos que ilustram o problema

A paulistana Camila Brito Guimarães Xavier, de 37 anos, abriu em 2022 a Camila Brito Limpeza Residencial e Organização. Em três anos, atendeu mais de 300 clientes e realiza cerca de 40 serviços mensais. Apesar do crescimento, ainda não conseguiu crédito para ampliar a operação e contratar novas funcionárias. “Já tentei empréstimo para expandir e não consegui. Nunca explicaram o motivo”, relata.

Outro exemplo é o de Tatiane Brito, profissional de propaganda e marketing que, grávida de cinco meses, lançou em agosto uma loja on-line de peças de cerâmica para casa. Ela vê no financiamento acessível um ponto crucial para que mais mulheres transformem ideias em empresas viáveis.

Impacto social

Pesquisas da Rede Mulher Empreendedora indicam que, quando prosperam, quase metade das empreendedoras passa a sustentar a família com a renda do negócio, investe na educação dos filhos e movimenta a economia local. “Quando uma mulher cresce, ela leva outras com ela”, resume Ana Fontes.

Debate em Brasília

Em agosto, a capital federal sediou um encontro com 105 representantes de diferentes regiões e setores, incluindo Instituto Rede Mulher Empreendedora, Instituto Reafro, Grupo Mulheres do Brasil e Governo Federal. As discussões vão compor a pauta da 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, marcada para 29 de setembro a 1º de outubro de 2025.

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Imagem: Internet

Entre os temas priorizados estão:

  • Acesso ao crédito e financiamento inclusivo – criação de linhas específicas com juros reduzidos, garantias alternativas e parcerias com fintechs e bancos comunitários.
  • Capacitação e educação empreendedora – implantação de um programa nacional gratuito de formação, mentorias e consultorias.
  • Inclusão e interseccionalidade – políticas que contemplem mulheres negras, indígenas, com deficiência, mães solo e moradoras de áreas periféricas e rurais.

O Ministério do Empreendedorismo cita o programa federal Acredita, lançado para ampliar crédito a pequenos negócios liderados por mulheres, como avanço inicial, mas reconhece que a iniciativa ainda não atende à demanda existente.

Com informações de InfoMoney

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