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Indústria siderúrgica dos EUA teme avanço chinês sobre níquel brasileiro

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A Associação Americana de Ferro e Aço (AISI) enviou ao governo dos Estados Unidos um alerta sobre o possível aumento da influência chinesa nas reservas brasileiras de níquel, material essencial para a produção de aço inoxidável. A entidade afirma que a compra das operações de níquel da Anglo American no Brasil pela MMG Limited, controlada pela estatal chinesa China Minmetals Corporation, pode ampliar riscos na cadeia global de suprimentos.

Em carta datada de 18 de agosto e dirigida ao embaixador Jamieson Greer, do Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR), o presidente da AISI, Kevin Dempsey, pediu que Washington leve as preocupações ao governo brasileiro e busque alternativas que preservem a “propriedade orientada ao mercado” desses ativos estratégicos.

A MMG pretende adquirir 100% das operações de níquel da Anglo American no país ainda em 2025. O complexo, localizado em Barro Alto (GO), produz cerca de 40 mil toneladas do metal por ano e foi avaliado em US$ 500 milhões (aproximadamente R$ 2,7 bilhões).

Dempsey destaca que o níquel responde por cerca de 65% da demanda global de aço inoxidável e que as reservas mundiais estão concentradas principalmente na Indonésia, Austrália e Brasil. Segundo o executivo, investimentos chineses já garantem a Pequim posição destacada na produção indonésia, o que, somado ao controle de parte das reservas brasileiras, aumentaria a dependência internacional em relação ao país asiático.

A carta da AISI lembra ainda que Washington já identificou “distorções significativas” no setor de matérias-primas da China, citando subsídios estatais, financiamentos sem base de mercado e restrições de exportação. Para a entidade, a aquisição da planta brasileira se enquadra nessa estratégia de expansão.

As autoridades brasileiras e o Ministério das Relações Exteriores foram procurados pela reportagem para comentar o assunto, mas ainda não responderam.

Com informações de Gazeta do Povo

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