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PF realiza três operações simultâneas contra PCC por fraude bilionária de combustíveis

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A Polícia Federal desencadeou na manhã desta quinta-feira (28) as operações Quasar, Tank e Carbono Oculto, voltadas a desarticular um esquema de adulteração e distribuição de combustíveis que teria movimentado mais de R$ 23 bilhões em oito estados. Segundo as investigações, o plano criminoso, ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e a outras organizações, também provocou sonegação de R$ 7,6 bilhões em tributos federais, estaduais e municipais.

As ações ocorrem em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Santa Catarina. A Justiça Federal expediu 14 mandados de prisão, 54 de busca e apreensão e determinou o bloqueio de bens de 41 pessoas físicas e 255 empresas.

Operação Tank

Focada no Paraná, a Tank mira uma das maiores estruturas de lavagem de dinheiro já identificadas no estado. O grupo é suspeito de ter lavado pelo menos R$ 600 milhões, com transações que ultrapassaram R$ 23 bilhões. A rede incluía centenas de empresas, como postos, distribuidoras, holdings e instituições de pagamento autorizadas pelo Banco Central.

Entre as práticas levantadas estão depósitos fracionados em espécie, uso de laranjas, fraudes contábeis e simulações de negócios. A PF identificou ainda adulteração de gasolina e a chamada “bomba baixa” em 46 postos de Curitiba. O valor bloqueado nessa operação supera R$ 1 bilhão.

Operação Quasar

Nesta frente, os agentes descobriram um esquema que usava fundos de investimento para ocultar patrimônio de origem ilícita. As operações envolviam múltiplas camadas societárias e financeiras, dificultando a identificação dos beneficiários finais. A Justiça determinou o sequestro total dos recursos aplicados nos fundos e o bloqueio de bens e valores de até R$ 1,2 bilhão. Foram quebrados os sigilos bancário e fiscal de alvos em São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto.

Operação Carbono Oculto

Conduzida em conjunto com o Ministério Público de São Paulo, a Carbono Oculto cumpre mais de 350 mandados de prisão e busca e apreensão. Aproximadamente 1,4 mil agentes participam da ofensiva, que envolve também Receita Federal, Secretarias da Fazenda, Agência Nacional do Petróleo (ANP) e polícias Civil e Militar.

A investigação aponta fraude na importação de metanol e nafta pelo Porto de Paranaguá (PR). Os produtos eram desviados para adulterar combustíveis distribuídos a postos controlados pelo PCC e a estabelecimentos “bandeira branca”. Mais de mil postos em dez estados estariam envolvidos, vendendo combustíveis fora das especificações técnicas ou em quantidade inferior à indicada nas bombas.

Estrutura financeira

De acordo com o Ministério Público, o PCC utilizava empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs para mascarar o lucro ilícito. Pelo menos 40 fundos, com patrimônio estimado em R$ 30 bilhões, eram administrados por fintechs sediadas na Avenida Faria Lima, em São Paulo. Parte do dinheiro era aplicada na compra de usinas de etanol, distribuidoras, transportadoras e novos postos, ampliando a presença do grupo na economia formal.

Donos de postos que venderam seus estabelecimentos sem receber pagamento relataram ameaças de morte ao cobrarem as dívidas. Os investigados poderão responder por crimes contra a ordem econômica, ambientais, fraude fiscal, lavagem de dinheiro, adulteração de combustíveis e estelionato.

Uma coletiva de imprensa está marcada para as 11h, com participação dos ministros Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) e Fernando Haddad (Fazenda), do diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e da subsecretária de fiscalização da Receita Federal, Andrea Costa Chaves.

Com informações de Gazeta do Povo

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