O anúncio de uma taxação de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos elevou a percepção negativa sobre a economia nacional. Pesquisa Datafolha realizada em 29 e 30 de julho de 2025 mostra que 45% dos entrevistados acreditam que a situação econômica do país vai piorar nos próximos meses, maior porcentual desde o início do governo Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro de 2023.
O levantamento ouviu 2.004 pessoas com 16 anos ou mais em 130 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.
Economia recente é vista como pior
Questionados sobre o desempenho recente, 51% afirmaram que a economia piorou, contra 47% em junho e 55% em abril, recorde da série. A parcela que enxerga melhora manteve-se em 23%.
Quem é mais pessimista
A avaliação negativa predomina entre entrevistados com ensino superior, renda de 5 a 10 salários mínimos (67%) ou acima de 10 salários (66%), moradores da região Sul, autodeclarados brancos, evangélicos, eleitores de Jair Bolsonaro em 2022 e pessoas que consideram governo ou Congresso “ruins” ou “péssimos”.
Percepção positiva concentra-se em grupos específicos
Já a visão otimista é mais comum entre idosos com 60 anos ou mais, menos escolarizados, moradores do Nordeste, autodeclarados pretos, católicos, eleitores de Lula em 2022 e simpatizantes do PT.
Situação financeira pessoal também preocupa
Pela primeira vez desde janeiro de 2023, a proporção de brasileiros que relatam piora em sua situação econômica pessoal empatou com a de estabilidade: ambos os indicadores ficaram em 37%. Apenas 26% notaram melhora.
Imagem: Andre Borges
Evolução do otimismo
O índice de confiança tem caído de forma contínua. Em dezembro de 2023, 47% projetavam um futuro melhor e 22% se diziam pessimistas. Em junho de 2025, o cenário se igualou (33% a 32%). Agora, o pessimismo atingiu 45%, enquanto o otimismo recuou para 28%.
O tarifaço dos Estados Unidos intensificou a sensação de instabilidade entre consumidores e investidores, sobretudo em setores voltados à exportação, e complicou o esforço do governo para aprovar pacotes emergenciais no Congresso.
Com informações de Gazeta do Povo
