O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) determinou, nesta quinta-feira, 21 de agosto de 2025, a suspensão cautelar do contrato firmado com a Crefisa S.A. para o pagamento de novos benefícios a aposentados e pensionistas. A medida não atinge os contratos já em vigor.
Em despacho publicado no Diário Oficial da União, o presidente do INSS, Gilberto Waller Junior, justificou a decisão com base em diversas irregularidades relatadas contra a instituição financeira. A Crefisa havia vencido, em 2024, 25 dos 26 lotes do leilão da folha de pagamento do INSS para o período de 2025 a 2029, operação estimada em R$ 6 bilhões anuais.
Principais problemas apontados
Entre as infrações apuradas pelo órgão estão:
- dificuldades ou impedimentos para saque de benefícios, incluindo atrasos e recusas de pagamento;
- portabilidades não autorizadas;
- coação para abertura de conta corrente e venda casada de produtos;
- infraestrutura inadequada nas agências, como filas extensas, ausência de caixas eletrônicos e espaço físico insuficiente;
- ausência de sistema de triagem e emissão de senhas;
- falta de informações claras e atendimento considerado inadequado.
Segundo o INSS, as queixas partiram de Procons, Ministério Público Federal, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e dos próprios beneficiários, por meio das agências da Previdência Social, da Ouvidoria e da plataforma Fala.BR.
Impacto da suspensão
O bloqueio vale apenas para pagamentos decorrentes de novas concessões de aposentadorias e pensões, até a conclusão dos processos de apuração. Os segurados que já recebem pela Crefisa continuam com o calendário normal de depósitos.
Em nota, o instituto afirmou que “não compactua com práticas que acarretem prejuízos ou desconfortos aos beneficiários, especialmente àqueles em situação de vulnerabilidade social”. A Crefisa foi procurada para comentar a decisão, mas ainda não se manifestou.

Imagem: Marcelo Camargo
Outros descredenciamentos
Dez dias antes, o banco Agibank também fora descredenciado pelo INSS por violações semelhantes, como interceptação de ligações à Central 135 e recusas de portabilidade. O órgão reiterou que nenhuma instituição financeira pode intermediar seus canais de atendimento oficiais.
A suspensão das duas empresas ocorre enquanto o INSS conduz operação de ressarcimento a vítimas de cobranças indevidas. Mais de 1,8 milhão de beneficiários já aderiram ao acordo, e outros 613 mil têm direito à devolução integral, corrigida pelo IPCA. O prazo para contestar mensalidades irregulares termina em 14 de novembro, embora a adesão continue disponível posteriormente, via aplicativo Meu INSS ou presencialmente nos Correios.
O instituto reforçou que não envia links ou solicita dados pessoais por SMS, nem exige pagamento de taxas para qualquer procedimento.
Com informações de Gazeta do Povo