Consumidores dos estados do Sul e do Sudeste, cujos governos são em grande parte de oposição ao Palácio do Planalto, arcarão com a maior parcela dos custos gerados pela ampliação da Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE). A conclusão consta de um estudo da consultoria Volt Robotics, divulgado após a entrada em vigor da Medida Provisória nº 1.300/2025, em 5 de julho.
A MP reestruturou as faixas de consumo da tarifa social, concedendo gratuidade para os primeiros 80 kWh mensais das famílias de baixa renda e descontos para quem utiliza até 120 kWh. Na regra anterior, o abatimento chegava a 40% em relação à tarifa residencial convencional; agora, a diferença subiu para 60%.
Impacto financeiro
Com a gratuidade até 80 kWh, cerca de 27 milhões de famílias deixarão de desembolsar R$ 5,3 bilhões por ano. Na faixa que vai de 81 kWh a 120 kWh, outras 11,8 milhões de unidades consumidoras economizarão R$ 1,5 bilhão. Considerando que a mudança passou a valer em julho, o montante destinado aos subsídios deve alcançar R$ 10,1 bilhões em 2025.
Para equilibrar as contas, o custo será repassado aos demais usuários. Segundo a Volt Robotics, essa redistribuição provocará déficits e superávits entre os estados, dependendo da relação entre o valor dos descontos concedidos e o volume pago pelos demais consumidores locais.
Déficits e superávits
São Paulo, por exemplo, concentrará 12,1% dos benefícios da tarifa social, mas responderá por 31% do financiamento, registrando o maior déficit: R$ 988 milhões. Na outra ponta, a Bahia apresentará superávit de R$ 427 milhões, pois os clientes fora da tarifa social no estado contribuirão com mais recursos do que o total de descontos concedidos.

Imagem: criada utilizando ChatGPT via gazetadopovo.com.br
De acordo com a consultoria, esse cenário se repete principalmente em unidades da federação comandadas por administrações de direita, localizadas nas regiões Sul e Sudeste, onde a base de consumidores que não se enquadram na tarifa social é maior.
Com informações de Gazeta do Povo