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Engenharia social ganha força e desafia tecnologias de segurança digital

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A crescente onda de crimes virtuais tem exposto uma tática que dispensa programação e explora exclusivamente o comportamento humano: a engenharia social. Especialistas alertam que o método, baseado em manipulação psicológica, já está presente em mais de 90% das fraudes virtuais registradas no país.

Como funciona a abordagem

De acordo com o delegado Emmanoel David, titular da Delegacia de Estelionatos de Curitiba, o sucesso desse tipo de golpe está em emoções previsíveis, como confiança, medo, urgência e empatia. “Em vez de atacar diretamente o sistema, o criminoso convence a vítima a abrir a porta de entrada”, explica.

Os golpistas coletam dados reais compartilhados nas redes sociais ou vazados em bancos de dados e aplicam técnicas de clickbait, anúncios falsos e campanhas publicitárias enganosas para atrair a atenção das vítimas.

Principais modalidades

Phishing: e-mails, SMS ou mensagens em redes sociais que simulam instituições conhecidas e direcionam a páginas clonadas, explorando medo ou senso de urgência.

Vishing: contatos telefônicos em que o criminoso finge ser funcionário de bancos ou empresas para coletar senhas e tokens.

Smishing: envio de SMS com links maliciosos ou solicitações de dados pessoais.

WhatsApp clonado: após obter o código de verificação do aplicativo, o fraudador passa a pedir dinheiro a amigos e familiares da vítima.

Falsa central de atendimento: ligações que comunicam supostas invasões na conta bancária e orientam a transferência de valores para contas “seguras”, controladas pelos golpistas.

Enquadramento legal

Dependendo da dinâmica do golpe, a engenharia social pode ser enquadrada como estelionato (art. 171 do Código Penal), invasão de dispositivo informático (art. 154-A), falsidade ideológica ou falsidade documental. Sanções previstas no Marco Civil da Internet e na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) também podem ser aplicadas.

Dicas de prevenção

— Desconfie de mensagens que exijam ação imediata.

— Verifique URLs e remetentes antes de clicar em links.

— Nunca compartilhe senhas ou tokens por telefone, e-mail ou mensagem.

— Habilite autenticação em dois fatores nos serviços disponíveis.

— Limite a exposição de informações pessoais nas redes sociais.

— Empresas devem treinar funcionários rotineiramente e realizar simulações de phishing para reduzir vulnerabilidades internas.

Segundo o delegado, apesar dos avanços em antivírus, firewalls e criptografia, “o elo mais fraco continua sendo o usuário”. Por isso, reforçar a conscientização é considerado essencial para diminuir o impacto da engenharia social.

Com informações de Gazeta do Povo

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