O Kremlin declarou nesta quarta-feira, 27 de agosto de 2025, que não aceitará a presença de militares europeus na Ucrânia dentro de um eventual acordo de paz. Para Moscou, a iniciativa representaria a expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) sobre território ucraniano.
“Não existem soldados europeus; há soldados de países específicos, e a maioria deles pertence à Otan”, afirmou o porta-voz Dmitry Peskov em entrevista coletiva realizada na capital russa. Segundo ele, a aproximação da infraestrutura militar da Aliança Atlântica da fronteira russa — e sua “infiltração” na Ucrânia — está entre as causas originais da guerra.
A posição surge enquanto prosseguem negociações de paz estimuladas pelos Estados Unidos. Peskov elogiou os esforços do presidente norte-americano, Donald Trump, e classificou a cúpula Putin-Trump no Alasca, ocorrida neste mês, como “muito construtiva e útil”. Ainda assim, evitou detalhar quais garantias de segurança Moscou considera aceitáveis para a Ucrânia.
Na semana passada, o ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, também descartou a possibilidade de um contingente europeu atuar como força de paz no país vizinho, comparando a proposta a uma intervenção militar. Para ele, qualquer acordo deve assegurar que a Ucrânia permaneça neutra e livre de armas nucleares.

Imagem: ALEXANDER ZLIANICHENKO
Do lado ucraniano, o presidente Volodymyr Zelensky afirmou nesta quarta-feira que sua equipe acelera a definição de garantias multilaterais contra uma nova invasão russa. Zelensky defendeu a organização de um encontro entre líderes para estabelecer prioridades e prazos, acrescentando que Moscou envia “sinais negativos” sobre futuras rodadas de diálogo e só responderá sob “pressão real”.
Com informações de Gazeta do Povo