Brasília — O presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, criticou nesta quarta-feira (27) a cobrança feita na véspera pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que ministros filiados ao partido saiam em defesa do governo. Na reunião ministerial de terça-feira (26), Lula pediu que os três representantes da sigla na Esplanada apoiassem publicamente o Palácio do Planalto em eventos da oposição ou deixassem seus cargos.
O União Brasil ocupa três pastas: Celso Sabino (Turismo), Frederico de Siqueira Filho (Comunicações) e Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional). “A fala do presidente Lula evidencia o valor da nossa independência e a importância de uma força política que não se submete ao governo”, escreveu Rueda em rede social.
Disputa interna e cenário eleitoral
Embora integre a base governista, o União Brasil abriga alas contrárias ao Planalto, como a do senador Sergio Moro (União-PR). Para 2026, o partido já lançou o governador Ronaldo Caiado (União-GO) como pré-candidato ao Palácio do Planalto, enquanto Lula trabalha para manter a legenda em sua órbita na tentativa de reeleição.
Rueda reforçou a posição de autonomia do partido: “Na democracia, o convívio institucional não se mede por afinidades pessoais, mas pelo respeito às instituições e às responsabilidades de cada um. O que deve nos guiar é a construção de soluções e não demonstrações de desafeto”.
PP também tem espaço no governo
Além do União Brasil, o PP — sigla com perfil oposicionista — também ocupa cargos estratégicos. André Fufuca (PP-MA) chefia o Ministério do Esporte, e o partido indicou Carlos Antônio Vieira Fernandes para a presidência da Caixa Econômica Federal no início do atual governo.

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Movimentação da direita
Nos bastidores, partidos de direita articulam um nome para 2026 e avaliam apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O chefe do Executivo paulista, porém, reitera que disputará apenas a reeleição ao Palácio dos Bandeirantes.
Enquanto intensifica conversas com legendas da base parcial, Lula busca garantir apoio para o projeto de permanecer no Planalto, desafio que envolve conter a divisão interna do União Brasil e assegurar fidelidade de siglas que hoje ocupam espaços no governo.
Com informações de Gazeta do Povo