A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) destinada a investigar fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) deu início aos seus trabalhos na manhã desta terça-feira, 26 de agosto de 2025, em meio a embates entre base governista e oposição.
Reunido no Congresso Nacional, o colegiado confirmou o senador Carlos Viana (Podemos-MG) na presidência, o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) na relatoria e elegeu, por acordo, o deputado Duarte Jr. (PSB-MA) para a vice-presidência.
Disputa sobre plano de trabalho
Logo na abertura, Viana anunciou que Gaspar leria o plano de trabalho. O líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues (PT-AP), reagiu alegando não ter recebido o documento com antecedência, o que provocou discussão. Ficou acertado que o texto seria lido na sessão e que sugestões poderiam ser apresentadas depois.
Período investigado
O roteiro apresentado por Gaspar delimita as apurações ao período a partir de 2015, abrangendo os governos Dilma Rousseff (segundo mandato), Michel Temer, Jair Bolsonaro e o atual mandato de Lula. Segundo o relator, o recorte evita prescrição de crimes, preserva provas e reduz custos.
“Sem protegidos nem perseguidos”
Em sua fala inicial, Gaspar declarou que não haverá favorecidos nem alvos seletivos em seu relatório. Ele relatou ter desistido de visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro, convite feito antes de sua escolha para a relatoria, a fim de preservar a imparcialidade.

Imagem: Saulo Cruz
Convocações previstas
Entre os nomes que podem ser chamados a depor estão os ex-ministros da Previdência Carlos Lupi (2023 a maio de 2025), Carlos Eduardo Gabas (2010 e 2015) e José Carlos Oliveira (março a dezembro de 2022), além de dez ex-presidentes do INSS e do ex-secretário de Previdência Marcelo Abi-Ramia Caetano. Representantes da Polícia Federal, da Controladoria-Geral da União e da Defensoria Pública da União também devem ser convocados.
O colegiado prevê ainda solicitar informações complementares a PF, CGU, DPU, Tribunal de Contas da União e Ministério da Previdência Social.
Com informações de Gazeta do Povo