Uma sondagem nacional realizada pelo Instituto Quaest entre 13 e 17 de agosto revela que os brasileiros estão praticamente divididos em relação ao possível impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e à aplicação da Lei Magnitsky pelos Estados Unidos contra o magistrado.
De acordo com o levantamento, 46% dos entrevistados defendem a saída de Moraes da Corte, 43% se posicionam contra e 11% não souberam ou preferiram não responder. Quando o tema abordado é a sanção norte-americana, 49% consideram a medida injusta, 39% avaliam como justa e 12% não opinaram.
Metodologia
Foram ouvidas 2.004 pessoas em 120 municípios do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.
Perfis favoráveis e contrários
O apoio ao impeachment é maior entre eleitores que declararam voto em Jair Bolsonaro no segundo turno de 2022 (82%), moradores da região Sul (59%), evangélicos (55%) e pessoas com renda familiar acima de cinco salários mínimos (54%).
A rejeição é predominante entre eleitores de esquerda (83%), votantes de Luiz Inácio Lula da Silva (68%), moradores do Nordeste (53%) e famílias com renda até dois salários mínimos (48%).
No caso da Lei Magnitsky, o padrão se repete: contrários à punição são majoritariamente de esquerda (80%), eleitores de Lula (72%), nordestinos (56%) e quem tem renda até dois salários mínimos (53%). Entre os favoráveis, sobressaem apoiadores ou eleitores de Bolsonaro (74% e 75%, respectivamente) e evangélicos (49%).
Contexto político
O impeachment de Moraes tornou-se uma das principais pautas da oposição. No início de agosto, deputados e senadores contrários ao governo ocuparam as mesas diretoras da Câmara e do Senado, condicionando o fim do protesto ao avanço do pedido de impedimento. A ocupação durou quase dois dias e foi criticada pelos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

Imagem: Marcelo Camargo
Na Câmara, o episódio resultou na abertura de 14 processos no Conselho de Ética. No Senado, a oposição reuniu 41 assinaturas para protocolar o pedido de impeachment, atendendo a uma determinação de Alcolumbre.
Sanções norte-americanas
Moraes foi incluído na Lei Magnitsky em 30 de julho, sob a acusação de violar direitos humanos ao condenar envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 e por suposta censura a opositores. Na reabertura dos trabalhos do STF, em 1º de agosto, o ministro afirmou que ignoraria as sanções e continuaria atuando normalmente.
Com a inclusão na lista, o alvo fica sujeito a bloqueio de bens em território norte-americano e restrições financeiras, medidas popularmente conhecidas como “pena de morte financeira”.
Com informações de Gazeta do Povo