Dois militares ucranianos adaptaram um antigo avião de treinamento Yak-52, projetado na era soviética, para interceptar drones lançados diariamente pela Rússia contra o território do país.
De acordo com reportagem publicada em 25 de agosto de 2025, o piloto de 56 anos — que voava por hobby antes do conflito — e o mecânico de 38 anos — convertido em atirador a bordo — já cumpriram cerca de 300 missões. A dupla integra a 11ª Brigada de Aviação do Exército da Ucrânia e responde por parte significativa das derrubadas obtidas pela unidade.
Operação improvisada
O Yak-52 não possui radar e só pode voar durante o dia. Quando o sistema de alerta detecta um drone, a aeronave decola em poucos minutos. Orientados por rádio, piloto e atirador realizam aproximação visual até curta distância. Nessa etapa, o mecânico abre a capota da cabine e dispara contra o alvo usando rifles e espingardas.
Em situações excepcionais, segundo a reportagem, a tripulação chega a tocar a asa no drone para desestabilizá-lo — manobra que remete a táticas da Segunda Guerra Mundial.
Alvos e resultados
Os principais aparelhos abatidos são os drones de reconhecimento Orlan e Zala, além dos Shahed explosivos, de fabricação iraniana. Fontes militares citadas pelo jornal afirmam que aviões de hélice e helicópteros respondem atualmente por 10% a 12% das interceptações de drones na Ucrânia. A estratégia busca economizar mísseis de alto custo e reservar sistemas avançados, como Patriot e futuros caças F-16, para ameaças de maior porte.

Imagem: Oleg V. Belyakov
“Há tanta tecnologia nova e, ainda assim, estou pendurado para fora da cabine atirando com uma espingarda”, comentou o mecânico-atirador, comparando a atividade a disparar montado em um cavalo.
Com informações de Gazeta do Povo