O representante do Panamá no bureau da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) afirmou que os países sem hospedagem garantida para a 30ª Conferência do Clima, marcada para novembro em Belém (PA), estão sendo “feitos de tolos” pelo governo brasileiro.
A declaração foi feita em 24 de agosto de 2025, durante a terceira reunião consecutiva em que o Brasil precisou explicar os altos custos de acomodação para delegações estrangeiras. “Todas as regiões do mundo falaram com uma só voz, mas nossas palavras parecem entrar por um ouvido e sair pelo outro”, disse João Carlos Monterrey, representante panamenho e presidente do bureau.
Hospedagem cara e falta de vagas
Levantamento do secretariado da UNFCCC, divulgado em 22 de agosto, mostra que 168 dos 186 países que responderam a uma consulta ainda não garantiram estadia em Belém — o equivalente a 88% das delegações. Imóveis anunciados na plataforma oficial da conferência cobram diárias entre US$ 1,1 mil e US$ 3,6 mil, segundo verificação da Gazeta do Povo.
O encarecimento levou 25 nações, entre elas Canadá, Suécia e Holanda, a solicitar oficialmente a transferência total ou parcial do evento para outro local, pedido rejeitado pela organização.
Resposta do governo brasileiro
A secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, afirmou que o país “já arca com custos significativos” para realizar a COP30 e que não há recursos para subsidiar hospedagem de delegações. O Brasil solicitou à ONU aumento do auxílio diário, atualmente de US$ 140 (aproximadamente R$ 759).

Imagem: EPA EFE
Como alternativa, o governo informou que montará uma força-tarefa para ajudar as delegações a encontrar acomodações e negociará com moradores locais para oferecer preços considerados acessíveis.
Faltando menos de três meses para a abertura da conferência, a insatisfação sobre os custos de hospedagem permanece no centro das discussões entre participantes e organizadores.
Com informações de Gazeta do Povo