A Polícia Federal encaminhou novo relatório ao Supremo Tribunal Federal (STF) indiciando o jornalista Allan dos Santos pelos crimes de difamação, injúria, desobediência e incitação ao crime.
O documento foi entregue na quarta-feira, 20 de agosto, e será analisado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito. Moraes solicitou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste em até 15 dias sobre a possibilidade de oferecer denúncia.
Segundo a investigação, Allan dos Santos, que vive nos Estados Unidos desde 2021, teria criado perfis falsos para disseminar mensagens contra adversários políticos identificados com a esquerda. Entre os conteúdos citados está uma publicação que atribuiu à jornalista Juliana Dal Piva uma suposta confissão de planos para prender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A PF também apontou ofensas dirigidas a Dal Piva em redes sociais e no site mantido pelo investigado. A legislação prevê aumento de pena para difamação e injúria praticadas em ambiente digital.
O indiciamento por desobediência se baseia no descumprimento de decisões judiciais do STF. De acordo com o relatório, o jornalista teria utilizado perfis falsos para contornar bloqueios impostos pela Corte e republicar conteúdos anteriormente removidos. As publicações questionavam a lisura do sistema eleitoral, difundiam teorias conspiratórias e atacavam instituições e autoridades.

Imagem: Roque de Sá
Em resposta, Allan dos Santos ironizou a medida em seu perfil na plataforma X (antigo Twitter): “Avisem à PF que a distância daqui para aí é a mesma daí pra cá. Estou ocupado e sem vontade alguma de ir ao Brasil”.
Aliado de Jair Bolsonaro, o jornalista teve a prisão decretada pelo STF em 2021 por suspeita de integrar organização criminosa e permanece foragido. O pedido de extradição apresentado pelo governo brasileiro aos Estados Unidos ainda não foi decidido; autoridades norte-americanas consideraram as provas reunidas insuficientes até o momento.
Com informações de Gazeta do Povo