Washington (EUA) – O advogado norte-americano Martin De Luca, representante da Trump Media, declarou nesta quarta-feira (20) que o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes “distorce fatos” e “persegue críticos”. Segundo De Luca, o magistrado deverá responder por seus atos em tribunais dos Estados Unidos.
A manifestação ocorreu após De Luca ser citado em um relatório da Polícia Federal que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O documento, divulgado na mesma data, indica que o ex-chefe do Executivo recorreu ao advogado para revisar uma nota destinada às redes sociais.
Em áudio interceptado pela PF, Bolsonaro pede orientação a De Luca: “Martin, peço que você me oriente também (…) Eu fiz uma nota, acho que te mandei (…) elogiando o Trump, falando que a questão de liberdade está muito acima da questão econômica.”
Durante buscas na residência de Bolsonaro, os agentes encontraram ainda uma cópia do processo movido pela Trump Media e pela plataforma Rumble contra Moraes em cortes norte-americanas. Para a Polícia Federal, o material sugere tentativa de “construir narrativas contra o STF e Alexandre de Moraes”.
Reação nas redes
Em publicação na rede X, De Luca negou qualquer irregularidade e ironizou o relatório. “Entrei para um clube exclusivo de americanos alvo por enfrentar Alexandre de Moraes”, escreveu. O advogado afirmou que fornecer “orientações jurídicas e de comunicação” faz parte de sua atividade profissional e classificou a interpretação da PF como “manobra desesperada”.

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Ele acrescentou que, pela lógica do relatório, “qualquer líder político que consulte um advogado, redator de discursos ou estrategista deve estar planejando derrubar a democracia”. De Luca sustentou que Moraes busca censurar opositores e garantiu que “a verdadeira responsabilização” do ministro ocorrerá em tribunais dos Estados Unidos.
Ao defender a liberdade de expressão, o advogado citou Benjamin Franklin: “Quem quer que pretenda derrubar a liberdade de uma nação deve começar por subjugar a liberdade de expressão.” Ele concluiu afirmando que continuará atuando “de forma transparente e profissional, sem medo”.
Com informações de Gazeta do Povo