A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, contestou nesta terça-feira (19) o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O motivo foi a sugestão do governador de que o Brasil deveria conceder “algumas vitórias” ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para facilitar a negociação que tenta reduzir a tarifa de 50% imposta aos produtos brasileiros.
Em mensagem publicada na rede social X, a ministra afirmou que “a soberania nacional não é algo para dar de presente”, numa referência direta às declarações de Tarcísio.
Declaração do governador
Tarcísio fez a sugestão na segunda-feira (18), durante evento promovido pela corretora Warren Investimentos, na cidade de São Paulo. Segundo ele, compreender o estilo de Trump seria “fundamental” para avançar no diálogo comercial. “É um presidente que vive da economia da atenção, que gosta de reunir chefes de Estado e dizer: ‘consegui uma vitória’. Então, por que não entregar algumas vitórias?”, questionou.
Entre os gestos citados pelo governador estariam a suspensão da compra de combustível da Rússia — país parceiro do Brasil no Brics — e o aumento de investimentos de empresas brasileiras nos Estados Unidos.
Tarifa e reação do governo federal
A sobretaxa de 50% sobre itens brasileiros entrou em vigor em 6 de agosto. Ao anunciar a medida, o governo norte-americano mencionou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por suposta tentativa de golpe, decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes contra empresas de tecnologia e alegadas práticas comerciais desleais, como o uso do Pix.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou a sanção como “chantagem inaceitável” e o Planalto tem enfrentado dificuldades para negociar a retirada do tarifaço.

Imagem: José Cruz
Para Gleisi, as manifestações de Tarcísio mostram distanciamento “das reais necessidades da população brasileira”. “Quanto mais se encontra com bilionários e banqueiros, mais distante ele fica dos interesses do país”, escreveu a ministra.
Até o momento, não houve resposta pública do governador paulista às críticas.
Com informações de Gazeta do Povo