Brasília – A união formal entre União Brasil e Progressistas foi oficializada nesta terça-feira (19/08/2025) em evento na capital federal. Ao discursar, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou que a nova federação precisa praticar “política com P maiúsculo”, sem se colocar automaticamente na base ou na oposição ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Não é um movimento de ser contra ou a favor. É olhar para o futuro do Brasil”, declarou Alcolumbre, que resiste à tese de rompimento com o Planalto defendida por parte de seus correligionários.
Ministérios ocupados
Atualmente, o União Brasil chefia três pastas: Celso Sabino (Turismo), Frederico Siqueira Filho (Comunicações) e Waldez Góes (Integração Nacional). Pelo PP, André Fufuca comanda o Ministério dos Esportes.
Vozes divergentes
Vice-presidente do União Brasil, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto afirmou que os integrantes da federação precisam “assumir um lado” e se posicionar contra o PT. “Não há espaço para fracos e omissos”, afirmou.
Já o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do Progressistas, definiu a aliança como “espinha dorsal da democracia” e indicou abertura para apoiar um nome de outra legenda em 2026. Ele citou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como possível candidato e disse que o ex-ministro Ciro Gomes, presente ao ato, pode auxiliar no enfrentamento ao PT no Nordeste.
Antonio Rueda, presidente do União Brasil, declarou que a federação “diz não ao extremismo e sim ao diálogo” e será “invencível” nas próximas eleições gerais.
Críticas ao governo e ao Judiciário
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), sustentou que o país vive “um pouco de ditadura com pitada de Judiciário” e acusou o governo Lula de fomentar a divisão nacional. Tarcísio de Freitas, por sua vez, defendeu a pacificação e a desescalada da crise política.

Imagem: Saulo Cruz
Reflexos partidários
Durante o encontro, o PP anunciou a filiação do governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, que deixa o PSDB e encerra o ciclo tucano de governadores eleitos em 2022 — Eduardo Leite (RS) e Raquel Lyra (PE) já haviam migrado para o PSD.
Com 109 deputados, a federação União-PP passará a deter a maior bancada da Câmara. No Senado, a expectativa é de alcançar 15 cadeiras após a provável filiação da senadora Margareth Buzetti (sem partido, ex-PSD).
O evento contou ainda com a participação de parlamentares, dirigentes partidários e lideranças regionais, consolidando o lançamento da federação, batizada informalmente de União Progressista.
Com informações de Gazeta do Povo