A Boa Safra Sementes avalia que a tarifa de importação recém-imposta pelos Estados Unidos sobre produtos chineses terá repercussão limitada nos seus resultados, afirmou o cofundador e presidente-executivo Marino Stefani Colpo. A declaração foi dada durante o XP Brazil CEO Conference 2025, em entrevista ao InfoMoney.
“O impacto para a companhia é marginal”, disse Colpo, lembrando que o portfólio da empresa inclui segmentos além da soja, como sementes de pastagem e forrageiras. Essas áreas respondem hoje por aproximadamente 3% da receita, segundo o executivo.
Dúvidas sobre eventual acordo EUA-China
Questionado sobre a possibilidade de a China ampliar em até três vezes a compra de soja norte-americana, Colpo demonstrou ceticismo. Ele destacou que os Estados Unidos vêm reduzindo a área plantada do grão, ao passo que a demanda doméstica por óleo de soja para biodiesel cresce. “A produção total americana não suporta esse volume de exportação”, afirmou, apontando que o Brasil deve manter a liderança no mercado internacional.
Sazonalidade e carteira de pedidos
Com 90% das vendas concentradas em sementes de soja, cuja semeadura ocorre a partir de setembro e a colheita entre fevereiro e março, a Boa Safra registra receita reduzida no primeiro semestre. Apesar disso, a carteira de pedidos está 40% maior do que no mesmo período do ano passado, sinalizando expansão equivalente em volume.
Estratégia de diversificação
A companhia investe na ampliação de culturas como milho, sorgo, feijão e trigo, além de pulverizar a base de clientes. Três anos atrás, as dez maiores revendas representavam 40% dos pedidos; hoje, a fatia caiu para cerca de 12%. Atualmente, a Boa Safra atende cerca de 900 revendas em um universo de 1.350 e pretende superar a marca de mil lojistas.

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Inadimplência sob controle
Mesmo diante de preços menores das commodities e juros elevados, a inadimplência está em torno de 2%, percentual acima da média histórica, mas considerado administrável pela companhia. Colpo explicou que a política de crédito foi mais restritiva e a carteira foi ampliada para preservar a saúde financeira.
Planos de aquisições
Com caixa robusto e baixo nível de endividamento, a empresa projeta realizar uma aquisição por ano. Embora 2024 tenha apresentado crescimento aquém do desejado, o presidente destacou que a Boa Safra se considera preparada para aproveitar novas oportunidades.
Com informações de InfoMoney