Moscou — 18 de agosto de 2025. O governo russo declarou nesta segunda-feira (18) que não aceita qualquer plano que autorize o envio de forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) à Ucrânia após um possível cessar-fogo.
A posição foi anunciada pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova. “Confirmamos nossa categórica rejeição a qualquer roteiro que preveja a presença de um contingente militar da Otan na Ucrânia, o que implica uma escalada incontrolável do conflito com consequências imprevisíveis”, afirmou.
O tema surgiu depois da reunião da “Coalizão de Voluntários”, realizada no domingo (17) e copresidida pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e pelo presidente francês, Emmanuel Macron. O grupo sugeriu a criação de uma força multinacional para atuar em solo ucraniano assim que os combates cessarem.
Críticas a Reino Unido e França
Zakharova qualificou as declarações de Londres e Paris como “provocadoras e predatórias” e disse que ambos incentivam a continuação do conflito. Segundo ela, a postura britânica “não permite que Kiev busque uma saída negociada” e “prolonga o sofrimento do povo ucraniano”.
A diplomata alegou ainda que o Reino Unido “se tornou uma figura secundária na política internacional” e dificilmente avalia “as consequências potencialmente catastróficas” de suas ações. “Pedimos a Londres que evite jogadas geopolíticas perigosas ou, pelo menos, não atrapalhe o trabalho dos negociadores russos e americanos”, acrescentou.
Reunião em Washington
Tanto Starmer quanto Macron, ao lado do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, viajaram hoje a Washington para discutir o conflito com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e outros líderes europeus. No encontro, os chefes de governo do Reino Unido e da França reiteraram apoio “contínuo” à Ucrânia e elogiaram o “desejo de Zelensky por uma paz justa e duradoura”.

Imagem: Bruno Sznajderman
Os dois também destacaram o compromisso de Trump em oferecer “garantias de segurança” a Kiev e reforçaram a disposição de enviar uma força multinacional para proteger o espaço aéreo e as águas territoriais ucranianas, além de colaborar na reconstrução das Forças Armadas do país.
Não há, até o momento, sinal de entendimento entre Moscou e os países ocidentais sobre a proposta de cessar-fogo ou sobre o formato de qualquer força internacional que venha a atuar na região.
Com informações de Gazeta do Povo