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Seis declarações de Lula que complicam negociação com EUA após sobretaxa de 50%

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Dez dias depois de o governo norte-americano aplicar sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, as conversas para aliviar a medida seguem sem progresso. O impasse ganhou novo ingrediente em 13 de agosto, quando foi cancelado, sem previsão de remarcação, o encontro que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teria em Washington com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent. Segundo Haddad, assessores do norte-americano informaram por e-mail que houve “conflito de agenda”.

O clima entre Brasília e Washington ficou ainda mais tenso após uma série de falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em diferentes eventos na mesma semana. Ao rebater críticas sobre o alinhamento ao Brics, o chefe do Executivo argumentou que a China movimenta US$ 160 bilhões na balança comercial brasileira, o dobro do intercâmbio com os EUA, e acusou Washington de evitar o diálogo. “Se for preciso brigar, a gente vai brigar”, afirmou.

1. “Estados Unidos criam imagem de demônio”

No lançamento da Medida Provisória que instituiu o Plano Brasil Soberano, em 13 de agosto, Lula disse que os EUA tratam adversários como inimigos. Para ele, o embate não é econômico, mas político e ideológico.

2. Lembrança do golpe de 1964

Na mesma cerimônia, o presidente recordou a participação norte-americana no golpe militar de 1964 e declarou que o Brasil “perdoou” o episódio. “Estamos jogando fora uma relação de 201 anos”, disse, citando navios de guerra dos EUA posicionados na costa brasileira à época.

3. Crítica à revogação de vistos de ministros do STF

Horas depois, na abertura da 4ª Conferência Nacional de Economia Popular e Solidária, Lula afirmou que Donald Trump “talvez não conheça” a Constituição brasileira e classificou o país como “mais democrático” que os EUA. Também condenou a cassação de vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal: “Isso não é civilidade; é mau exemplo para a humanidade”.

4. “Mentira” sobre parceria comercial

Em 14 de agosto, o presidente rebateu declaração de Trump de que o Brasil seria um “mau parceiro comercial”. Lula disse que os EUA só registram superávit com o país e reiterou disposição para negociar, apesar das “mentiras” do mandatário norte-americano.

5. Busca de novos mercados

No dia 15, durante inauguração de uma fábrica de hemoderivados em Pernambuco, Lula afirmou que o governo não ficará “chorando” pelas perdas e ampliará destinos de exportação. Ele citou a abertura de 400 mercados em dois anos e meio e mencionou a venda de carne e miúdos às Filipinas.

6. Possível julgamento de Trump no Brasil

Também na conferência de economia solidária, em 13 de agosto, Lula comentou a invasão ao Capitólio. Segundo ele, se o episódio tivesse ocorrido no Brasil, Trump seria investigado e, caso condenado, “pagaria pelos erros”.

As declarações ocorreram enquanto o governo brasileiro tenta reverter a tarifa de 50% aplicada pelos EUA não apenas ao Brasil, mas também à Índia. O Planalto teme que o desgaste complique a busca por exceções ou redução da alíquota.

Com informações de Gazeta do Povo

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