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Representante do Swift indica que rede pode ignorar futura sanção de Trump contra o Brasil

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O chefe global de Assuntos Corporativos do Swift, Hayden Allan, afirmou que a rede de mensagens financeiras não deve acatar uma eventual determinação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para suspender o Brasil do sistema. A posição foi transmitida em reunião realizada na quinta-feira (12) com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, em Brasília.

O encontro ocorreu em meio ao receio de novas punições econômicas dos Estados Unidos ao país, às vésperas do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no processo que investiga suposta tentativa de golpe de Estado. Uma das medidas em discussão em Washington seria justamente afastar o Brasil do Swift, mecanismo que liga 11,5 mil bancos em mais de 200 países e territórios e que já foi usado contra a Rússia após a invasão da Ucrânia.

Base europeia

Segundo Durigan, Allan destacou que o Swift tem sede na Bélgica e segue a legislação europeia, “não estando sujeito a sanções arbitrárias de países específicos”. O representante acrescentou que a plataforma processa operações em várias moedas além do dólar e vem ampliando a presença de economias emergentes em seu conselho de administração.

Recados do governo brasileiro

Durante a reunião, Durigan declarou que o Brasil é “soberano, democrático e autônomo”, defende o multilateralismo e espera reciprocidade nas relações internacionais. A utilização de moedas locais em transações bilaterais é uma das bandeiras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em fóruns de política externa.

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Imagem: José Cruz via gazetadopovo.com.br

Reflexos das sanções a Moraes

A sinalização de apoio do Swift ocorre em um momento de incerteza sobre os efeitos da Lei Magnitsky aplicada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Sancionado pelos Estados Unidos no fim de julho, Moraes teve bloqueados eventuais bens em território norte-americano e está impedido de realizar transações com cidadãos dos EUA por tempo indeterminado. Há dúvidas se bancos instalados no Brasil, mas que utilizam o Swift, terão de restringir operações que passem pelo sistema caso o governo Trump amplie as ordens executivas.

Embora sediadas no país, as instituições financeiras brasileiras dependem da rede global para liquidações que envolvem bancos ou correspondentes norte-americanos, o que poderia criar obstáculos adicionais caso novas sanções sejam impostas.

Com informações de Gazeta do Povo

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