Havana – O governo de Cuba anunciou nesta quarta-feira (13) que continuará despachando profissionais de saúde para missões no exterior, mesmo depois de Washington ampliar restrições de vistos contra autoridades cubanas e de países que participam do programa, como o Brasil.
O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, classificou a medida norte-americana de “imposição” e “agressão”. Em publicações nas redes sociais, ele afirmou que as missões médicas representam um “programa legítimo de cooperação” e uma das principais fontes de receita da ilha.
Sanções anunciadas pelos EUA
As novas penalidades foram detalhadas pelo secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio. Além de autoridades cubanas, Rubio revogou vistos de dois gestores brasileiros: Mozart Julio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde, e Alberto Kleiman, ex-coordenador da COP30.
Segundo o chefe da diplomacia norte-americana, ambos teriam intermediado, por meio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), pagamentos ao regime cubano durante o programa Mais Médicos, driblando sanções e retendo parte significativa dos salários destinados aos profissionais.
Acusações de trabalho forçado
Washington sustenta que o modelo de cooperação implementado por Havana configura trabalho forçado, alegando que o governo cubano “aluga” médicos a preços elevados e fica com a maior parte dos rendimentos, ao mesmo tempo em que priva a população local de atendimento essencial.
“Os países devem pagar diretamente aos médicos, não aos escravagistas do regime”, declarou Rubio, prometendo novas ações para pôr fim à prática.

Imagem: SERGEY KARPUKHIN via gazetadopovo.com.br
Pressão crescente
Desde fevereiro, a administração do presidente Donald Trump já havia aplicado sanções a funcionários de Cuba e de nações centro-americanas envolvidos no esquema. Especialistas lembram que os serviços profissionais, liderados pelas missões médicas, compõem, ao lado do turismo e das remessas de emigrantes, o tripé de receitas do governo cubano.
Apesar das restrições adicionais dos EUA, Havana reiterou que não pretende recuar na política de exportação de profissionais de saúde.
Com informações de Gazeta do Povo