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Ações da Evergrande serão excluídas da Bolsa de Hong Kong em 25 de agosto

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O China Evergrande Group informou que seus papéis deixarão de ser negociados na Bolsa de Hong Kong em 25 de agosto. A decisão foi comunicada nesta terça-feira (12) após a própria bolsa determinar o cancelamento da listagem. A incorporadora declarou que não pedirá revisão do ato.

A saída marca o fim da trajetória da empresa no mercado acionário local. Fundada em Guangzhou, a Evergrande chegou a liderar as vendas no setor imobiliário chinês e, em 2017, valia mais de US$ 50 bilhões. O primeiro calote em títulos em dólar ocorreu em dezembro de 2021, desencadeando o maior colapso já visto no segmento.

Processo de liquidação

O prazo que permitiu a exclusão começou no fim de janeiro de 2023, quando um tribunal de Hong Kong determinou a liquidação da companhia e as negociações foram suspensas. Pelas regras locais, ações podem ser retiradas se permanecerem paralisadas por 18 meses ou mais.

Desde então, a empresa não conseguiu atender às exigências para retomar a negociação. Na última cotação, de 29 de janeiro de 2024, os papéis valiam menos de HK$ 0,20, atribuindo à companhia um valor de mercado de HK$ 2,15 bilhões (US$ 274 milhões). O fundador Hui Ka Yan possui cerca de 60 % das ações em circulação.

Dívida maior que a estimada

Em relatório divulgado hoje, os liquidantes nomeados pelo tribunal apontaram passivo de US$ 45 bilhões, acima dos US$ 27,5 bilhões registrados no balanço de dezembro de 2022. Há 187 reivindicações de credores, e novas demandas podem surgir. Até o momento, a realização de ativos soma US$ 255 milhões, dos quais US$ 167 milhões estão vinculados a estruturas societárias complexas, o que pode limitar o acesso a esses recursos.

Segundo Kristy Hung, analista da Bloomberg Intelligence, os acionistas devem se preparar para perdas quase totais, já que credores têm prioridade sobre eventuais valores recuperados.

Reflexos no setor

Outras incorporadoras chinesas, como Modern Land e Dexin China Holdings, também enfrentam risco de exclusão por longa suspensão dos papéis. Para voltarem a negociar, precisam apresentar balanços auditados atualizados, encerrar processos de liquidação ou dispensar liquidantes.

A Evergrande mantém duas subsidiárias listadas em Hong Kong: uma de serviços imobiliários e outra de veículos elétricos. A China Evergrande New Energy Vehicle Group, suspensa desde abril, pode seguir o mesmo caminho, de acordo com analistas da Bloomberg Intelligence.

A repressão de Pequim ao endividamento do setor imobiliário desde 2020 restringiu o acesso da Evergrande a novos financiamentos, contribuindo para sua crise. Em 2009, na estreia das ações sob o código 3333, o papel era um dos mais procurados da bolsa, impulsionando Hui Ka Yan a se tornar o segundo homem mais rico da Ásia.

Com a exclusão confirmada e o processo de liquidação em curso, investidores agora aguardam definições sobre a distribuição de ativos e o resultado das negociações com credores.

Com informações de InfoMoney

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