O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (11) que sua administração avalia transferir a maconha da categoria Schedule 1 para Schedule 3 da legislação federal de substâncias controladas. Segundo ele, a conclusão do estudo deve sair “nas próximas semanas”.
A declaração, feita em coletiva na Casa Branca, confirma reportagem do Wall Street Journal que relatou conversa de Trump com convidados — entre eles Kim Rivers, presidente da empresa de cannabis Trulieve — durante um jantar de arrecadação de US$ 1 milhão por pessoa no início do mês.
Atualmente classificada ao lado de heroína e LSD, a maconha é considerada droga sem uso médico aceito e de alto potencial de abuso. O enquadramento em Schedule 3, onde estão medicamentos como Tylenol com codeína, facilitaria pesquisas, acesso a financiamentos e benefícios fiscais, embora a substância continuasse ilegal em nível federal.
O setor intensificou a aproximação com Trump por meio do American Rights and Reform PAC, financiado pela indústria e responsável por doar US$ 1 milhão ao PAC do presidente. A organização veicula anúncios criticando o governo Biden pela manutenção da classificação atual e divulga pesquisa do estrategista Tony Fabrizio indicando que mais da metade dos eleitores republicanos apoia a legalização.
Trump descreveu o tema como “muito complicado”, dizendo ouvir “ótimas” referências ao uso médico e “más” impressões sobre outros aspectos. Em 2024, pela rede Truth Social, ele declarou apoio à emenda que buscava legalizar a maconha na Flórida — rejeitada pelos eleitores — e prometeu priorizar estudos que embasem a mudança para Schedule 3.
Segundo a Lei de Substâncias Controladas, o processo de reclassificação parte do Departamento de Justiça, que normalmente delega a análise à Agência de Combate às Drogas (DEA). A Associação Nacional da Indústria da Cannabis defende retirar totalmente a planta da lei, equiparando-a ao álcool.
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A perspectiva de flexibilização impulsionou as ações do setor na segunda-feira, informou a CNBC: Canopy Growth avançou mais de 26%, Tilray Brands saltou 41% — melhor resultado desde 2021 — e Cronos Group subiu 16%, atingindo a máxima em 52 semanas. Investidores avaliam que a medida pode ampliar o crédito bancário e reduzir a carga tributária, hoje agravada pelo artigo 280E do código fiscal, que impede a dedução de despesas para empresas que lidam com substâncias do Schedule 1.
Durante o governo Biden, a tentativa de reclassificar a maconha esbarrou na resistência da DEA e acabou arquivada, lembrou o New York Times.
Com informações de Forbes
