Caracas (11.ago.2025) – O Ministério Público da Venezuela confirmou nesta segunda-feira (11) a prisão da defensora de direitos humanos Martha Lía Grajales, que estava desaparecida desde sexta-feira (8).
O procurador-geral Tarek William Saab, aliado do presidente Nicolás Maduro, informou que Grajales responderá por “incitação ao ódio”, “conspiração com governo estrangeiro” e “associação criminosa”. O comunicado oficial alega que a ativista realizou “atos contra as instituições venezuelanas e a paz da República”.
Segundo o portal independente Efecto Cocuyo, familiares percorreram diferentes carceragens de Caracas durante o fim de semana sem conseguir confirmação da detenção. A última vez em que Grajales foi vista ocorreu na sexta-feira, quando participou de um protesto diante do escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) na capital venezuelana.
A manifestação havia sido convocada em resposta à agressão sofrida, na noite de terça-feira (5), por mães de presos políticos. Integrantes de grupos paramilitares atacaram com chutes e objetos contundentes uma vigília promovida pelo Comitê de Mães em Defesa da Verdade em frente ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), conforme denúncia da ONG Provea.
Pelas redes sociais, o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (OHCHR) informou que o titular do órgão, Volker Türk, pede a libertação imediata de Grajales. O OHCHR também exige que família e advogado sejam notificados sobre o paradeiro da ativista e que seus direitos sejam respeitados.

Imagem: Fábio Galão via gazetadopovo.com.br
Até o momento, as autoridades não divulgaram detalhes sobre o local exato da custódia nem sobre eventuais prazos para apresentação de Martha Lía Grajales à Justiça.
Com informações de Gazeta do Povo