O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou nesta segunda-feira (11) que a videoconferência marcada para quarta-feira (13) com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, foi cancelada. Segundo o ministro, o encontro caiu após a atuação de “forças de extrema direita” ligadas à Casa Branca.
A reunião discutiria a tarifa de 50% imposta pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros. Haddad pretendia negociar a ampliação das exceções ou a redução da alíquota. De acordo com ele, a equipe de Bessent enviou e-mail alegando conflito de agenda e não sugeriu nova data.
“A militância antidiplomática dessas forças se mobilizou e a conversa foi retirada da pauta”, declarou o ministro em entrevista à GloboNews. Ele acrescentou que soube do cancelamento um ou dois dias após o deputado Eduardo Bolsonaro anunciar que buscaria barrar contatos entre os dois governos.
Haddad relatou dificuldade semelhante do chanceler Mauro Vieira para falar com o homólogo norte-americano, Marco Rubio. Já o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, conseguiu avançar em tratativas com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick.
Apesar do revés, Haddad afirmou que trabalha ao lado de Vieira e Alckmin para viabilizar um encontro entre os presidentes Lula e Trump. Segundo ele, o chefe do Executivo brasileiro não descartou a reunião, ainda que tenha considerado “humilhante” discutir o tarifaço em pessoa.

Imagem: Washington Costa via gazetadopovo.com.br
O ministro também disse não haver indícios prévios de que o Brasil sofreria a taxação de 50%. Em maio, Bessent teria manifestado desconforto com a tarifa de 10% aplicada anteriormente a toda a América do Sul.
Enquanto tenta retomar o diálogo com Washington, a equipe econômica prepara um pacote de crédito e seguro para exportadores prejudicados. Haddad deve se reunir no fim da tarde com Lula e Alckmin para fechar a proposta, que deve ser anunciada na terça-feira (12).
Com informações de Gazeta do Povo