O Departamento de Defesa dos Estados Unidos reduziu em 80% o quadro de funcionários do Defense Technical Information Center (DTIC), órgão responsável desde 1945 por armazenar e compartilhar pesquisas científicas e tecnológicas entre as Forças Armadas. A medida, anunciada em 8 de agosto de 2025, diminuiu o efetivo de 193 para apenas 40 empregados.
Segundo a Casa Branca, o corte busca eliminar sobreposições de funções e gerar economia estimada em US$ 25 milhões. O Pentágono afirmou que as atividades consideradas redundantes foram extintas e que as tarefas remanescentes poderão ser apoiadas por sistemas de inteligência artificial e aprendizado de máquina.
A decisão gerou forte reação de especialistas. A analista geopolítica Irina Tsukerman, presidente da Scarab Rising, avaliou que o DTIC “foi criado para preservar a memória científica militar” e alertou que a redução ameaça esse papel histórico. Para ela, o enxugamento reflete “uma mudança que prioriza rapidez e fluidez digital em detrimento da continuidade institucional”.
O professor de Relações Internacionais da Augusta University, Lance Hunter, acrescentou que a participação humana continua indispensável para identificar falhas, evitar duplicidade de esforços e contextualizar dados — tarefas que, na visão dele, não podem ficar exclusivamente a cargo de algoritmos.
Também crítico ao plano, o professor Justin Miller, da University of Tulsa, advertiu que a perda de pessoal pode atrasar o desenvolvimento de tecnologias estratégicas, como cibersegurança, inteligência artificial e sistemas autônomos. “Reduzir recursos essenciais abre brechas que adversários podem explorar”, afirmou.

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Integrantes do governo norte-americano sustentam que a adoção de ferramentas de IA compensará a diminuição da força de trabalho. Entretanto, especialistas destacam a necessidade de dados de qualidade e de supervisão humana para evitar erros e distorções nos resultados produzidos pelas máquinas.
O enxugamento do DTIC ocorre em meio a uma reestruturação mais ampla do Departamento de Defesa, que incluiu cortes no Office of the Director, Operational Test and Evaluation, além da dispensa de mais de 60 mil servidores civis em fevereiro.
Com informações de Forbes